Água contaminada afeta quase 60% dos pacientes com doenças gástricas em Campina Grande
20/09/2018 15:11 em O que acontece..

Resultado é de uma pesquisa realizada no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) e divulgada na manhã desta quinta-feira (20).

Quase 60% dos pacientes com doenças gástricas foram afetadas por um contaminante da água em Campina Grande. O resultado é de uma pesquisa realizada no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) e divulgada na manhã desta quinta-feira (20). De acordo com a unidade de saúde, o estudo considerou pacientes que moram na cidade.

Após análise na instituição, o estudo revelou que 59,8% dos pacientes com queixas gástricas tiveram biópsias positivas para a presença do Helicobacter pylori (H.P.) - um contaminante microbiológico da água e o principal agente patogênico associado a doenças do estômago em humanos.

Das 759 pessoas atendidas com queixas gástricas em Campina Grande, a pesquisa avaliou 200 pacientes que foram submetidos a endoscopia digestiva, seguida de biópsias gástricas. De acordo com os resultados, entre as mulheres - que representaram 72,5% (145/200) dos participantes - aproximadamente 59,8% (120/200) das amostras foram positivas para H.P. com base em exames histológicos.

De acordo com o pesquisador, Irigrácin Lima Diniz Basílio, o estudo revelou que a prevalência da infecção pela bactéria H.P. foi maior na população que utilizava água não mineral. “A ausência de um estudo epidemiológico na Paraíba sobre a infecção pelo Helicobacter pylori e a alta prevalência dessa bactéria detectada em estudos nacionais despertaram o interesse pela pesquisa”, conta o médico.

Ainda segundo a pesquisa, a taxa de prevalência de H. pylori foi alta em pacientes com distúrbios estomacais, sendo associada também à gravidade da gastrite. “Isso eleva a consciência da necessidade de melhorar a água não tratada da cidade como uma intervenção primária para diminuir a infecção por esse tipo de bactéria”, explica Irigrácin Basílio.

 

Tratamento e orientação

 

O médico diz que, na observação diária dos pacientes, sempre existem pessoas infectadas pela bactéria H.P. em consultas ambulatoriais e que necessitam de tratamento, além de orientação sobre cuidados higiênicos e sanitários. “Apesar de haver associação entre o consumo de água e a infecção, ainda são necessários estudos analíticos da água para a comprovação dessa relação em Campina Grande”, afirma.

 

O estudo é resultado de um doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A tese foi defendida por Irigrácin Lima Diniz Basílio, que é professor da disciplina de Gastroenterologia na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e atua no ambulatório do HUAC - instituição vinculada à UFCG e à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Fonte:https://g1.globo.com

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