Hospital faz hemodiálise pela metade em pacientes do SUS em Campina Grande e alega 'subfinanciamento'
19/07/2023 09:30 em O que acontece..

Prefeitura de Campina Grande disse que realizou todos os repasses necessários para o serviço da hemodiálise. Ministério Público da Paraíba recomendou continuidade do serviço.

O Hospital Antônio Targino, em Campina Grande, diminuiu pela metade o tempo de hemodiálise para os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), através de uma parceria firmada com a prefeitura da cidade. A unidade de saúde particular alega "subfinanciamento" pela prestação do serviço. Ao todo, 170 pacientes fazem hemodiálise pelo SUS no hospital.

 

De acordo com pacientes entrevistados pela TV Paraíba, o tempo da hemodiálise que costuma durar até 4 horas diárias foi cortado pela metade após a decisão do hospital. Pessoas que precisam fazer hemodiálise precisam filtrar o sangue durante 12 horas semanalmente, com ajuda de aparelhos.O Ministério Público da Paraíba (MPPB) recomendou, nesta terça-feira (18), que o hospital não suspenda totalmente o serviço de hemodiálise para os pacientes que necessitam. A recomendação diz que a medida só pode ser adotada caso exista a garantia de transferência dos pacientes para outro serviço de saúde na cidade.

Segundo o MPPB, no serviço de hemodiálise há mais de 150 pacientes renais em tratamento, que só pode ser interrompido após realização de transplante renal. O hospital privado firmou contrato com a Prefeitura de Campina Grande para o cumprimento de outros serviços além da hemodiálise, através do SUS, como nas áreas de neurocirurgia, ortopedia e UTI.

Em nota, a prefeitura de Campina Grande repudiou a forma como o hospital fez a diminuição dos serviços e ressaltou que o repasse financeiro para o funcionamento da hemodiálise está sendo feito, além de dizer que não existiu um aviso prévio por parte do hospital antes da suspensão dos serviços.

Ainda na nota, a prefeitura afirmou que no último dia 25 de junho repassou mais de R$ 461 mil provenientes do Ministério da Saúde para os seviços da hemodiálise e ainda frisou que somente neste ano cerca de R$ 2,7 milhões já foram repassados à unidade.

O documento com as recomendações do MPPB foi entregue ao diretor do hospital, José Targino, e ele deve informar dentro de um prazo de 48 horas as providências adotadas para o restabelecimento do serviço. Medidas administrativas e jurídicas podem ser tomadas caso a recomendação não seja atendida.

g1 entrou em contato com o hospital, que informou que na quarta-feira (18), às 10h, vai ocorrer uma reunião entre as partes para que possa haver um entendimento.

O hospital também frisou que existe um "subfinanciamento" e não uma falta de repasse do dinheiro pela prefeitura, que ocasiona em uma escassez de insumos para todos que necessitam do serviço. Por isso, foi necessária a diminuição do tempo da hemodiálise pela metade, para que fosse possível atender todos os pacientes que procuram a unidade.

Fonte:https://g1.globo.com

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