Estilista brasileiro ganha fama no Japão com moda plus size
28/06/2016 12:33 em Mundo

Em país obcecado com 'look' magro, Marcello Matsui é considerado o primeiro estilista a trabalhar somente com moda GG

 

Apesar do crescimento sistemático da obesidade no mundo, o Japão continua sendo o país “mais magro” entre os industrializados. Apenas 3,5% da população, de acordo com um relatório do governo japonês, são considerados obesos.

 

Mas o problema vem crescendo ano a ano e, com isso, surgiu um novo mercado, ainda pouco explorado: o da moda voltada para quem está acima do peso.

Um dos destaques deste filão é um brasileiro. Marcello Mitsui é considerado o primeiro estilista no Japão a trabalhar somente com moda GG e ele ganhou destaque em revistas e eventos com suas roupas ousadas e criativas.

“Eu gosto de mulheres mais sensuais, mesmo ela sendo gordinha. Eu não gosto de fazer aquele tipo de moda bem japonesa, que coloca uma roupa em cima da outra”, explica.

 

Marcello começou a ganhar exposição depois que passou a vestir atrizes e comediantes famosas da tevê japonesa. Uma delas é também brasileira, Simone Takagi.

Obesidade no Japão

Apesar do número de obesos no Japão não parecer preocupante, existe uma grande pressão da sociedade, principalmente em cima das mulheres, para que tenham um corpo esbelto e magro.

Toshio Ishikawa, presidente da Sociedade Japonesa de Transtornos Alimentares, lembra que no Japão há uma ideia cultural predominante de que “magro é bonito”. “Isso já foi longe demais e precisamos resolver a questão”, disse à BBC News.

O médico reclama que existem milhares de japoneses sofrendo de algum transtorno alimentar, mas não recebem tratamento médico ou psicológico adequados.

La Farfa, a primeira e única revista do Japão destinada a chamada categoria “plus-size” (ou GG, no Brasil), tenta encorajar as jovens a reconhecer e celebrar as diferentes formas e tamanhos, e não apenas o “ideal magro” retratado na mídia em geral.

É nesta revista que os trabalhos de Marcello são divulgados.

Harumi Kon, editora-chefe da publicação, começou a revista há dois anos, depois de sofrer muito até aceitar seu corpo. “Quando eu era adolescente tinha vergonha e culpa de mim mesma porque eu era grande”, contou à BBC News.

 

“Já se passaram 15-20 anos, mas as meninas ainda se sentem assim. E isso não é certo. Eu quero dizer às meninas ‘seja você mesma, seja feliz e seja saudável’.”

 

Rádio Caruá Fm

Com: BBC

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