Perícia aponta 'irregularidades graves' em obra da BR-230 onde trabalhadores foram soterrados, na Grande João Pessoa
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Publicado em 05/11/2021

Um dos trabalhadores morreu após o acidente Laudo foi divulgado nesta quinta-feira (4).

Foi divulgado nesta quinta-feira (4) o resultado das perícias realizadas na obra de execução da rede de drenagem da BR-230, em Cabedelo, na Grande João Pessoa, que teve dois trabalhadores soterrados no dia 27 de outubro . Um dos trabalhadores não resistiu aos ferimentos e morreu. De acordo com o Ministério Público de Trabalho na Paraíba (MPT-PB), a perícia constatou irregularidades graves na escavação da vala onde houve o soterramento.

 

Ainda segundo informações do MPT, foram realizadas duas perícias no canteiro de obras, no trecho da BR-230. A primeira perícia resultou no embargo, feito pela Superintendência Regional do Trabalho (SRT-PB). A segunda perícia foi feita pelo procuradoria do Ministério Público da União, que constatou as irregularidades relativas à escavação.

Conforme este segundo laudo, as paredes laterais na vala que aconteceu o acidente "não estavam estabilizadas" e também não foi elaborado ou implementado um programa preventivo de segurança que considerasse os riscos das atividades no local.

Responsabilidades do acidente

 

As investigações do acidente ainda estão em fase preliminar, segundo o procurador do trabalho Eduardo Varandas, porém ele espera que em 60 dias o processo já esteja concluído.

O procurador também informou que, nesta quinta-feira (4), foi feita uma audiência com representantes do Exército Brasileiro e da Construtora CLN, responsável pela execução da obra. De acordo com Varandas, uma série de documentos foi requisitada à empresa para verificar conformidades.“A empresa como empregadora originária tem a obrigação de manter o meio ambiente de trabalho seguro, e o Exército como contratante tem o dever de fiscalizar e assegurar o cumprimento dessas normas. Vamos continuar com a nossa investigação para apurar eventuais culpabilidades e, em sendo o caso, denunciar os responsáveis à Justiça”, disse Varandas sobre a responsabilidade da obra

De acordo com a assessoria do Exército Brasileiro na Paraíba, a corporação tem uma apuração própria em relação ao acidente, e deve divulgar uma posição oficial sobre o caso em breve. O g1 entrou em contato com a construtora responsável pela obra, mas não teve resposta até a última atualização desta matéria.

O acidente

 

Os dois homens, um trabalhador terceirizado de 39 anos e um militar de 20 anos, trabalhavam em um buraco de cerca de 2,75 metros de profundidade, quando foram soterrados.

O militar de 20 anos ficou soterrado até a cintura e teve escoriações leves. Já o trabalhador terceirizado de 39 anos foi completamente soterrado e teve uma parada cardiorrespiratória, precisando ser reanimado no local pelas equipes de socorro.

O terceirizado, Leonilson de Araújo Laurentino, morreu no Hospital de Emergência e Trauma, no dia 28 de outubro.

Conforme informações do Coronel Nunes, do 1º Grupamento de Engenharia (1º Gpt E) do Exército, órgão responsável pela obra junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em entrevista ao JPB1, no dia do acidente, os homens trabalhavam seguindo os protocolos de segurança, quando uma parte do aterro cedeu e eles foram soterrados.

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