Publicado nesta segunda-feira, o estudo do Trata Brasil enumera índices como indicador de atendimento total de água, indicador de atendimento total de esgoto, indicador de tratamento total de esgoto, investimento médio, indicador de perdas na distribuição, entre outros.O curioso é que Campina Grande perdeu uma posição com relação ao levantamento do ano passado, caindo de 16º lugar para 17º, mas ainda assim a cidade se tornou a melhor do Nordeste, o que não acontecia no estudo anterior. Isso porque cidades como Vitória da Conquista, na Bahia, teve uma redução ainda maior e perdeu mais posições, ficando atrás de Campina Grande. Vitória da Conquista, por exemplo, era 13º lugar e agora é 18º.
A cidade paraibana, pois, que segundo dados da pesquisa tem uma população de 413.830 habitantes, registra 100% em atendimento de água, 94,26% em atendimento de esgoto e 74,15% de tratamento de esgoto. Com relação aos investimentos, foram R$ 123,47 milhões entre 2017 e 2021, mas um investimento per capita de R$ 59,67 por habitante. É o pior índice de investimento entre as 30 cidades melhor classificadas. Campina Grande registra ainda um índice de 27,54% em perdas na distribuição e um total de cinco piscinas olímpicas de esgoto não são tratadas por dia.
A outra cidade paraibana inclusa no estudo, a capital João Pessoa ocupa a 36ª colocação, duas posições piores que no estudo anterior. A cidade tem uma população de 825.796 habitantes e também registra 100% em atendimento de água. Em compensação registra 83,55% em atendimento de esgoto e 81,96% de tratamento de esgoto.O investimento total em João Pessoa foi maior, com destinação de R$ 152,07 milhões entre 2017 e 2021, mas como a capital paraibana tem mais do que o dobro da população, o investimento per capita foi de apenas R$ 36,83 por habitante. As perdas na distribuição estão na ordem de 38,75% e um total de oito piscinas olímpicas de esgoto não são tratadas diariamente.
Contabilizando apenas as capitais brasileiras, João Pessoa ocupa a 12ª colocação, sendo a terceira colocada entre as capitais nordestinas, atrás de Aracaju e Fortaleza.
Desde 2009, o Instituto Trata Brasil monitora os indicadores dos maiores municípios brasileiros com base na população, com o objetivo de dar luz a um problema histórico vivido no país. A falta de acesso à água potável impacta quase 35 milhões de pessoas e cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem acesso
à coleta de esgoto, refletindo em problemas na saúde da população. Os dados do SNIS apontam que o país ainda tem grandes dificuldades com o tratamento do esgoto, do qual somente 51,20% do volume gerado é tratado – isto é, mais de 5,5 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente.
Nesta 15ª edição do Ranking do Saneamento, com foco nas 100 maiores cidades do país, é possível observar que quando comparado com os relatórios de anos anteriores, a configuração do grupo de melhores e piores nos indicadores de saneamento continua semelhante. Isto é, 18 dentre os 20 melhores seguem nesse conjunto pelo segundo ano consecutivo, algo que também é visto entre os piores, no qual, 17 dentre os 20 piores seguem nessa lista por duas edições seguidas.Com metas definidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento (Lei Federal 14.026/2020), o país tem como propósito fornecer água para 99% da população e coleta e tratamento de esgoto para 90% da população até 2033. Desta forma, o Ranking do Saneamento 2023 liga um alerta, seja para as capitais brasileiras, como também para os municípios nas últimas posições, para que possam atuar pela melhoria dos serviços.
FONTE:https://g1.globo.com