A paraibana Renata Rocha teve leucemia linfoide aguda (LLA) aos 11 anos. Passou por tratamentos com quimioterapia e radioterapia durante três anos e, durante esse tempo, precisou de doações de sangue e plaquetas, algo que nunca foi fácil de conseguir. Anos depois de ser curada da doença, já adulta e trabalhando como terapeuta ocupacional, Renata decidiu atuar no incentivo à doação de sangue, para ajudar pacientes como ela foi. Neste sábado (25), é celebrado o Dia Nacional do Doador de Sangue.
“Estou sempre dando palestras, participando de campanhas, ajudando pessoas do interior que precisam de suporte. Estou sempre contando a minha história porque fui uma pessoa salva por alguém que doou. E tem outras crianças precisando”, explicou.
O primeiro sintoma da doença percebido por Renata foi uma pequena hemorragia no olho, manifestada por uma manchinha. Oftalmologistas acharam que era comum, mas outros sintomas foram aparecendo, como cansaço, dificuldade para respirar, dores nas pernas, febre e glândula no pescoço.
Novamente no hospital, uma médica percebeu que o fígado e o baço de Renata estavam inchados e a doença foi descoberta. Depois disso, a menina começou o tratamento convencional da doença. Entre sessões de quimioterapia e radioterapia, ela teve que interromper os estudos por um ano.
“Precisei de várias doações de sangue e plaquetas e sempre tive dificuldade de conseguir doadores, principalmente naquela época, em 2001. Mas, graças a Deus, consegui. Meus familiares iam chamando amigos, gente que conhecia, e meu pai ia buscar”, comentou.Segundo Renata, a maior dificuldade é conseguir plaquetas. “Tem paciente que precisa de plaquetas de oito em oito horas. Mas para conseguir uma bolsa de plaquetas, é preciso cinco bolsas de sangue ou uma doação por aférese, que é mais complicada e precisa de agendamento. Então alguns pacientes não conseguem sobreviver, porque demora a chegar a doação”, lamentou.
Além de participar de campanhas e projetos de incentivo à doação de sangue, Renata, aos 27 anos, também coordena um projeto de auxílio a crianças com câncer há dois anos. O projeto dá suporte por meio de acompanhamento hospitalar e campanhas de arrecadação de alimentos e dinheiro para o tratamento.
Renata explicou que no início foi complicado reviver momentos difíceis relacionados à doença que ela teve na infância, mas sabe que o trabalho é necessário.
“Não entendia muito bem Deus me colocar nessa situação. Mas hoje vi que essa é minha missão. Já perdi muitas crianças ao longo desse trabalho, mas cada vez tenho mais força para lutar por eles. Através da minha história, posso dar força e esperança para eles”, comentou.
Fonte:https://g1.globo.com