Grupo suspeito de crimes relacionados ao jogo do bicho é desarticulado, na PB
Policial
Publicado em 15/12/2017

Polícia Civil encontrou três lugares onde funcionavam os 'escritórios' do grupo, mas locais haviam sido esvaziados às pressas.

Três estabelecimentos onde funcionavam 'escritórios' de casas de jogos de azar foram desarticulados durante uma operação que investiga uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e crimes contra a administração pública relativas ao jogo do bicho, deflagrada na madrugada desta sexta-feira (15) no Centro de João Pessoa. De acordo com a Polícia Civil, apesar da investigação ser sigilosa, há indícios de que os investigados sabiam da operação e fugiram do local levando materiais que seriam apreendidos na operação.

“Durante a investigação, levantamos três endereços que funcionavam como ‘escritório’ da organização, todos no Centro de João Pessoa. Assim que os mandados de busca e apreensão foram expedidos, no final da tarde da quinta-feira (14), nos organizamos e conseguimos deflagrar a ação na madrugada desta sexta”, explica o delegado Lucas Sá, titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações de João Pessoa.

Ainda de acordo com Lucas Sá, ao chegar no local, um prédio de três andares onde supostamente era guardada a contabilidade e os documentos da organização, os policiais encontraram o local revirado e com sinais de que foi abandonado recentemente.

“Os móveis estão intactos, mas as gavetas estavam abertas, as cadeiras mexidas e vários objetos pessoais e até mesmo bebidas alcóolicas e comidas ficaram no local. Também identificamos que vários documentos, computadores e até mesmo o equipamento onde ficavam os registros das imagens do circuito interno do local foram levados”, disse o delegado.

“Não sabemos como a informação da operação pode ter chegado a conhecimento deles, porque é um inquérito sigiloso, mas vamos apurar esta questão”.

 

Segundo Lucas Sá, advogados dos investigados foram até a delegacia, antes da deflagração da operação e procuraram informações sobre possível investigação. "A resposta que foi dada a eles foi de que era um inquérito sigiloso e que eles não poderiam ter acesso na delegacia, só na Justiça que eles poderiam ter qualquer informação. Não sabemos como eles descobriram sobre a investigação mesmo tudo correndo sob sigilo", explicou.

Denominada “Operação Erga Omnes”, em referência à expressão jurídica usada para indicar que a lei deve valer para toda as pessoas, a investigação da organização começou há quatro meses, após uma requisição do Ministério Público da Paraíba (MPPB).

A lei tipifica o jogo do bicho como contravenção penal, uma vez que os apostadores são induzidos e mantidos em erro, acreditando em falsas promessas de retorno financeiro, que são concretizadas apenas para os proprietários das bancas de apostas.

“O que a gente objetiva agora nas próximas fases da operação é identificar todas as pessoas, todos os beneficiados que participaram nessa conduta criminosa, e indiciar todo mundo, de forma também a fazer com oque os valores potencialmente desviados retornem aos cofres públicos”, explicou Lucas Sá.

A polícia também investiga a participação de policiais atuando como seguranças da organização. "Há suspeita de possível pagamento de propina aos policiais para fazer a proteção do local e estamos apurando", completou o delegado.

Fonte:https://g1.globo.com

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