Já no setor de necropsia, de acordo com o relatório, foi observado que as câmaras frias estavam sujas e sem manutenção, resultando no vazamento de líquido cadavérico; instrumentos de trabalhos improvisados; e não fornecimento de equipamentos de proteção individual para os servidores.Além disso, em muitas áreas como laboratório e sala de radiologia, não havia sinalização de segurança, nesta última, inclusive, foram identificadas falhas no sistema de controle de exposição à radiação. A análise também aponta para outros problemas, como irregularidades nas instalações elétricas, com fios expostos e circuitos improvisados, ausência de ferramentas para combate a incêndios e assentos de espera inadequados, na área de atendimento à população.
Conforme afirmou o procurador Eduardo Varandas, o procedimento adotado pelo MPT-PB é atípico, uma vez que, tendo em vista a gravidade das denúncias, a inspeção ocorreu no início das investigações e não no meio.
“A intervenção administrativa foi decretada e nós vamos lutar severamente pela permanência da intervenção. O Governo do Estado poderá tentar levantar a intervenção, seja administrativamente, seja entrando com recurso na Justiça. E aquelas condições de trabalho não podem continuar, são condições de indecência em relação ao trabalho humano”, ressaltou.
O documento também apresenta medidas que devem ser adotadas pelo Instituto de Polícia Científica para regularização da situação. Durante a suspensão dos serviços, os servidores devem receber salário como se estivessem em exercício de suas funções.
Segundo o procurador, o objetivo do Ministério Público do Trabalho não é estabelecer uma contraposição ao Governo do estado ou prejudicar a população, mas garantir as condições de trabalho adequadas.
“Nós não podemos admitir que o trabalho seja sinônimo de violação da saúde do trabalhador. Por exemplo, foi detectado no local que um estilhaço de bala atingiu o nariz de um servidor, porque o setor de balística não tem condições adequadas para funcionar. O relatório está repleto de irregularidades extremamente graves”, frisou.
Fonte:https://g1.globo.com