Os riscos foram constatados durante uma vistoria feita pelo auditorfiscal Dante Cassiano Viana nesta quarta-feira (18). Dentre os principais pontos destacados, estão o risco de desmoronamento de rochas no local onde os trabalhadores atuam e o risco de choque elétrico por uso indevido de extensões elétricas com fio flexíveis.
Segundo o relatório divulgado, o risco é tão evidente que, durante a fiscalização, os auditores forçaram algumas partes de rochas com as mãos que facilmente se soltaram, apresentado um risco de tombamento aparente. Outro detalhe que chamou a atenção é que as extensões de fios flexíveis estavam emendadas com fitas adesivas e em contato com as armações de aço, causando risco de choque a todos os trabalhadores em contato com a estrutura.A obra em execução é para a construção de uma tomada de fundo (comporta) da barragem do açude de Camalaú, com aquedutos de concreto armado. As tomadas chegam a ter 10 metros de profundidade.O MTE também destacou que, mesmo com a paralisação dos serviços, os empregados devem receber os salários como se estivessem trabalhando. Para que a obra seja liberada, o MTE exige que seja assegurada a estabilidade dos taludes, realizando a desmontagem de rochas visíveis. Também foi exigida a substituição de condutores elétricos flexíveis por outros de isolamento e resistência mecânica adequada.
Na semana passada, o Ministério Público Federal (MPF) divulgou um relatório depois de realizar um visita ao açude de Camalaú e alertou que a obra não deve ser concluída no prazo prometido, que seria no início do mês de agosto. Além disso, o MPF também já havia percebido o risco de desmoronamento de rochas. Na visita, o MPF pediu explicações à empresa, que justificou o atraso pela ausência de materiais e equipamentos.
Fonte:https://g1.globo.com