Após análise na instituição, o estudo revelou que 59,8% dos pacientes com queixas gástricas tiveram biópsias positivas para a presença do Helicobacter pylori (H.P.) - um contaminante microbiológico da água e o principal agente patogênico associado a doenças do estômago em humanos.
Das 759 pessoas atendidas com queixas gástricas em Campina Grande, a pesquisa avaliou 200 pacientes que foram submetidos a endoscopia digestiva, seguida de biópsias gástricas. De acordo com os resultados, entre as mulheres - que representaram 72,5% (145/200) dos participantes - aproximadamente 59,8% (120/200) das amostras foram positivas para H.P. com base em exames histológicos.
De acordo com o pesquisador, Irigrácin Lima Diniz Basílio, o estudo revelou que a prevalência da infecção pela bactéria H.P. foi maior na população que utilizava água não mineral. “A ausência de um estudo epidemiológico na Paraíba sobre a infecção pelo Helicobacter pylori e a alta prevalência dessa bactéria detectada em estudos nacionais despertaram o interesse pela pesquisa”, conta o médico.
Ainda segundo a pesquisa, a taxa de prevalência de H. pylori foi alta em pacientes com distúrbios estomacais, sendo associada também à gravidade da gastrite. “Isso eleva a consciência da necessidade de melhorar a água não tratada da cidade como uma intervenção primária para diminuir a infecção por esse tipo de bactéria”, explica Irigrácin Basílio.
O médico diz que, na observação diária dos pacientes, sempre existem pessoas infectadas pela bactéria H.P. em consultas ambulatoriais e que necessitam de tratamento, além de orientação sobre cuidados higiênicos e sanitários. “Apesar de haver associação entre o consumo de água e a infecção, ainda são necessários estudos analíticos da água para a comprovação dessa relação em Campina Grande”, afirma.