Assentados começaram a criar abelhas sem ferrão em 2006, depois de conhecer o uso medicinal do mel produzido pela espécie uruçu
Agricultores do assentamento Socorro, que fica no município de Areia, no Brejo paraibano, a 135 km de João Pessoa, estão se destacando na Paraíba pela criação de 600 colmeias de abelhas da espécie uruçu, que não tem ferrão. Atualmente, a produção anual chega aos 300 litros de mel.
A família começou a criar abelhas sem ferrão em 2006, depois de conhecer o uso medicinal do mel produzido pela espécie uruçu.
“Comecei a capturar e a criar abelhas nativas porque um dos meus filhos adoeceu e me indicaram um remédio que tinha em sua composição mel e hortelã”, contou o agricultor Geraldo Trajano.
No início, eram quatro caixas com colméias apoiadas em uma das paredes da casa da família. Em 2010, já com 40 caixas de abelhas, os agricultores construíram um galpão para abrigar seu primeiro meliponário, que é uma coleção de colméias de abelhas sem ferrão.
A criação de abelhas da família continuou se expandindo e, em 2012, ganhou mais um meliponário.
As estratégias utilizadas pela família para afastar das colmeias pequenos animais também são frutos dos anos de experiência e, assim como as outras etapas da produção do mel, não envolvem produtos químicos.
Para evitar a entrada de moscas nas caixas, os agricultores usam vinagre e o próprio pólen produzido nas colmeias. Já para impedir a invasão de lagartixas, latas de alumínio foram adaptadas de forma a reduzir o tamanho da entrada das colmeias. As paredes dos meliponários também ganharam um revestimento em cerâmica, impedindo que as lagartixas subam e tenham acesso às colmeias.
Como forma de garantir fontes permanentes de alimento às colmeias, a família preserva a grande variedade de espécies vegetais do lote, como sabiá, colombo, pau d'arco, amorosa e cajueiro.
Segundo um dos filho de Geraldo Trajano, que também trabalha na produção, a etapa que exige mais trabalho é a divisão das colônias, ou seja, a reprodução das caixas.
“Criar abelhas é muito bom, pois além de aprender com elas, conseguimos enxergar um valor sentimental, que vale muito mais do que o financeiro. Nós aprendemos diariamente com as abelhas, sem contar que cuidar delas é uma terapia para toda a nossa família”, afirmou o agricultor.
Recentemente, a produção da família alcançou cerca de 300 litros de mel por ano e é comercializado em um espaço destinado aos artesãos na cidade de Areia e vendido sob encomenda na região do Brejo paraibano.
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Com:Portal correio