Suspeito de matar taxista em João Pessoa não tem porte de arma, diz polícia
O que acontece..
Publicado em 18/02/2019

Polícia identificou que ele tinha posse de arma, mas que não podia andar armado. Suspeito e vítima não se encontraram antes do momento do crime.

O corretor de imóveis Gustavo Teixeira, de 43 anos, suspeito de matar o taxista Paulo Damião após um desentendimento no trânsito não tinha porte de arma e, portanto, não poderia estar armado no momento do crime, informou a Polícia Civil durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (18). Conforme o delegado Hugo Helder, Gustavo tinha apenas posse de arma e ela só poderia estar na casa dele. O crime aconteceu na sexta-feira (16), no bairro do Bessa, em João Pessoa e o corretor teve o registro profissional suspenso também nesta segunda.

 

O crime foi por volta das 17h30, em uma rua movimentada onde fica uma escola, um supermercado e uma igreja. Um vídeo de uma câmera de segurança flagrou o momento do crime. O taxista estava manobrando o táxi na vaga dele no supermercado quando Gustavo desce do banco de passageiro de outro carro, vai até a janela do táxi e atira na vítima. O suspeito foi preso na casa dele, a 50 metros do local do crime, depois de cinco horas de negociação com a PM.

“Ele tem sim uma posse de arma, o que não o dá o direito de andar armado, apenas usá-la em sua residência para proteção. Foi feita uma busca minuciosa na casa dele, por policiais militares e civis, mas ele foi ardiloso ao se desfazer da arma, a gente não sabe em que ponto, e não conseguimos encontrar nenhuma arma na residência e nos arredores”, disse Hugo.Na perícia feita na vítima, foi identificado que a arma usada no crime seria um revólver calibre 38. Foram encontrados seis projéteis no local do crime e a polícia acredita que todo o tambor da arma foi descarregado.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, foram investigadas câmeras de segurança de trechos antes do local do crime e em nenhum momento houve perseguição ou encontro entre o veículo em que estava o suspeito e o táxi. Toda a interação entre os dois se deu apenas em frente à câmera que flagrou o crime.

“Apenas naquela ocasião, perante às câmeras, que ficou constatado o encontro dos dois veículos. Eu ouvi o motorista [que levou Gustavo], que se propôs a nos ajudar e responder as perguntas. Ele foi ouvido como testemunha e relata que não houve encontro ou discussão em nenhum momento anterior ou até mesmo no momento do fato. O taxista chegou a fazer um gesto, mas isso não quer dizer que foi discussão”, explicou o delegado.

No depoimento, o motorista disse que convidou Gustavo para ir até um bar, por volta das 12h30, e que o suspeito já chegou no local com sinais de embriaguez. Neste bar eles ficaram cerca de duas horas e Gustavo tomou seis cervejas. Em seguida, eles foram para outro bar onde o suspeito tomou outras seis cervejas. Em um determinado momento, o motorista levou Gustavo para casa pois tinha outro compromisso para resolver.

Ao chegar em frente ao supermercado próximo de onde aconteceu o crime, o taxista estava manobrando o carro na vaga dele na praça de táxi do supermercado e então o motorista que levava Gustavo parou o veículo. O taxista fez um movimento como se não estivesse conseguindo estacionar e, quando o motorista ia dar a ré, Gustavo desceu do carro, se aproximou do táxi e atirou, fugindo em seguida.

Prisão preventiva

 

Após o crime, Gustavo Teixeira Correia fugiu para a casa dele, que fica a 50 metros do local onde o taxista foi morto. Após uma negociação com a polícia, que durou cerca de cinco horas, ele foi preso em flagrante por homicídio doloso.

No sábado (16), Gustavo passou por uma audiência de custódia e não se pronunciou. A defesa dele pediu para que ele respondesse em liberdade, mas o pedido foi negado. Ao fim, foi decretada a prisão preventiva de Gustavo e ele foi encaminhado para o 5º Batalhão de Polícia Militar, na capital. Segundo a defesa, ele foi levado para o batalhão porque possui ensino superior completo.

Gustavo é corretor de imóveis, casado e pai de uma menina de 10 anos. Por nota divulgada nas redes sociais, a diretoria do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Paraíba (Creci-PB) expressou sentimento de pesar à família do taxista e informou que vai analisar as providências administrativas cabíveis a serem adotadas contra o suspeito. Ele foi afastado nesta segunda-feira.

FONTE:https://g1.globo.com

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