Apesar de as autoridades brasileiras garantirem que não houve qualquer ameaça confirmada contra os Jogos do Rio
O plano de seguranças da Olimpíada do Rio de Janeiro subiu de patamar e será revisado depois do atentado ocorrido na França, em que um caminhão foi usado para matar mais de 80 pessoas, afirmou nesta sexta-feira o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen.
"Já estamos, os três órgãos e os três ministros da área de segurança, fazendo a revisão de todo o nosso plano de segurança para que possamos identificar eventuais lacunas e fazer uma integração mais intensa", afirmou.
De acordo com o general, é possível que seja necessário "sacrificar o conforto pela segurança" com a adoção de medidas como o aumento de revistas, barreiras e interdição de ruas no Rio de Janeiro durante os Jogos de agosto.
O atentado na cidade francesa de Nice, em que um franco-tunisiano jogou um caminhão em cima de centenas de pessoas que assistiam aos fogos do Dia da Bastilha, está sendo tratado como um ponto de inflexão na análise da segurança dos Jogos, segundo Etchegoyen, uma vez que não foram usados explosivos ou armas, mas um veículo.
"A segurança dos Jogos subiu de patamar", afirmou, acrescentando que o caso exige "uma série de revisões e uma série de novas providências" para garantir a segurança do evento.
O presidente interino, Michel Temer, antecipou sua volta de São Paulo a Brasília e marcou uma reunião às 16h desta sexta-feira com ministros para tratar do assunto após o atentado na França.
O governo também decidiu enviar um agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a Nice para conhecer mais detalhes do modus operandi do atentado. Também nesta manhã já foi feita uma reunião na Abin com representantes dos serviços de inteligência franceses para, segundo o general, obter mais detalhes que possam ajudar no planejamento de segurança da Olimpíada.
O Brasil já estava com a guarda alta para possíveis ataques devido aos atentados recentes em Paris, Bruxelas e Orlando, mas as autoridades brasileiras têm reiterado que não foi identificada qualquer ameaça relativa aos Jogos Olímpicos que começam em 5 de agosto, com a esperada presença de até 500 mil turistas estrangeiros.
Além de um efetivo total de 85 mil policiais, soldados e outros agentes de segurança, mais de duas vezes o tamanho da força usada nos Jogos de Londres 2012, o Brasil tem cooperado com serviços de inteligência e militares de outros países para compartilhar informação, táticas e estratégias.
Não está claro ainda se o ataque de Nice tem alguma ligação com grupos militantes ou se foi realizado se forma individual por um cidadão francês nascido na Tunísia, de 31 anos, que foi morto pela polícia. Mas a possibilidade de um ataque de um chamado "lobo solitário" está entre as que mais preocupam as autoridades de segurança, porque as redes conhecidas são mais facilmente monitoradas do que pessoas alheias.
Nesta sexta-feira, a polícia do Rio realizou exercícios de segurança, incluindo simulação de detenção de um terrorista envolvendo um helicóptero e uma equipe Swat. O exercício ocorre após outras simulações feitas pela polícia e as Forçar Armadas contra possíveis casos de ataques a bomba ou químicos.
Apesar de as autoridades brasileiras garantirem que não houve qualquer ameaça confirmada contra os Jogos do Rio, uma autoridade militar francesa comentou em maio, durante uma audiência parlamentar cuja transcrição foi divulgada esta semana, sobre a possibilidade de um ataque de um jihadista brasileiro contra a delegação francesa no Rio.
O general Etchegoyen afirmou que essa informação ainda não foi repassada aos órgãos de inteligência brasileiros.
Rádio caruá Fm
Com Agencia Reuters