“Este aumento é esperado, assim como foi em outros estados e países, mas é necessário que a gente tenha uma leitura exata, principalmente dos casos moderados e graves, os que necessitam de internamento hospitalar. São esses casos que retratam a gravidade do novo coronavírus”, disse Geraldo.
No primeiro mês, conforme o secretário, o número de casos graves representam apenas 15% do total de casos registrados no estado. Destes 15%, 10% se internaram em enfermarias e 5% em UTIs.
“É importante que as pessoas saibam que a Paraíba está dentro do padrão de outros estados e países em relação à recuperação dos pacientes. As estatísticas mostram que cerca de 85% dos casos confirmados se recuperam após o tratamento em casa, com o isolamento de pelo menos 14 dias, em ambientes arejados, utilizando máscara e evitando contato com outras pessoas. A nível de hoje, temos a ocupação de apenas 25% dos leitos de UTIs aqui na Paraíba. O estado dispõe de mais leitos disponíveis, inclusive leitos extras como os dos hospitais de campanha e os alugados pelo estado e esperamos que não haja a necessidade de utilizar esses espaços, mas estamos preparados”, explicou Geraldo.
O que esperar dos próximos dias
Pesquisadores que acompanham a pandemia dizem que não há como se comparar os dados entre os estados e os países uma vez que o índice de contaminação depende da política de estes adotada por cada lugar e pelo cenário específico de combate à pandemia e quais medidas de contenção tomadas.
Apesar disso, os dados mostram que em lugares como a Itália, a Espanha e os Estados Unidos, onde o número de casos e de mortes cresceu vertiginosamente nos últimos dias, em nenhum destes países o pico de contágio aconteceu antes que se completasse um mês desde a confirmação do primeiro caso
Os números de cada lugar mostram que, apesar de haver variações de cenário, a tendência é que a “explosão” de infecções aconteça em um período posterior aos primeiros 30 dias.
“Vemos o Ceará com 100% dos leitos de UTI ocupados, em situação crítica. Isso significa que houve o colapso da rede pública deste estado vizinho. Pernambuco está com 90% dos leitos de UTI ocupados. Isso mostra que nós estamos nesta situação confortável, ainda, em função de uma série de elementos”, avalia o secretário de saúde.
A secretária executiva de saúde do estado, Renata Nóbrega, explica que para evitar que a curva, principalmente de mortes, evolua para o pior cenário possível, é importante que a população paraibana tenha consciência sobre o quanto é fundamental o distanciamento social.
“Hoje estamos com um distanciamento social abaixo do ideal. Já atingimos 70% aqui na Paraíba, mas esta semana estivemos em 47%. Diariamente a gente monitora no nosso gabinete de crise o cenário referente ao isolamento e por isso reforçamos mais uma vez a importância de todos ficarem em casa. Só assim para que a gente consiga manter a ações dentro do esperado”, diz.Geraldo Medeiros reitera que a manutenção dos decretos estaduais e municipais de fechamento do comércio e determinação de distanciamento social se tornam cada vez mais importantes a partir de agora, quando o cenário tende a piorar caso as medidas sejam relaxadas.
“O cenário atual que temos na Paraíba neste primeiro mês evidencia que estamos no caminho certo. As pessoas têm que se conscientizar de que nós temos que fazer um esforço para nos mantermos em casa o máximo possível, e só sair se for necessário, ainda assim usando máscara. As cidades com casos confirmados, pelo menos, devem manter o comércio fechado. Nós temos um espaço de tempo curto, de 30 a 40 dias, para manter este estado de isolamento e ter êxito no combate ao coronavírus”, diz o secretário.
Para Geraldo, além do distanciamento social, também é importante que os agentes de saúde e de vigilância em saúde dos 223 municípios atuem em conjunto, notificando automaticamente os casos suspeitos para que o panorama real da pandemia no estado seja entendido como um todo.
“Só através do trabalho em conjunto, com compromisso social, é que podemos ter números corretos e entender a dimensão do novo coronavírus para decidirmos da melhor forma possível”, completa.
FONTE:https://g1.globo.com