O terceiro crime foi um duplo homicídio no município de Catolé do Rocha, também no Sertão Paraibano. Duas jovens foram mortas a tiros na casa de uma amiga. Conforme a Polícia Militar, as vítimas tinham várias marcas de tiros pelo corpo.
As duas mulheres, de 18 anos, estavam consumindo bebida alcoólica na casa de uma amiga quando o crime aconteceu, segundo informações da PM. A dona da residência não estava no momento em que os corpos foram encontrados, e também não foi localizada pela polícia.Entre o primeiro crime em Pilar e as outras três mortes da tarde de segunda, no Sertão, menos de 24h se passaram. O último levantamento feito pela Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social (Seds) divulgado pela Lei de Acesso à Informação ao G1, mostra que no primeiro trimestre de 2020 a Paraíba contabilizou seis casos de feminicídios. Conforme o levantamento dos três primeiros meses do ano, o mês de março contabilizou o menor número de casos de feminicídio, com um caso em investigação.
Nos primeiros quatro dias de maio, dois crimes estão sendo investigados como feminicídio, com um aumento de 100%, considerando os dados de março.
Os números de feminicídio diferem do de mulheres mortas. A delegada titular da Delegacia de Homicídios de Campina Grande, Suelane Guimarães, explicou que existe um protocolo de feminicídio em que os casos de crime de homicídio, que tem como vítima uma pessoa do sexo feminino, já é considerada a qualificadora de feminicidio.
"Para caracterização desse tipo de crime a vítima tem que ser mulher e pode ter duas motivações, ou a questão de gênero, por ser mulher ou a segunda hipótese, no caso de violência doméstica, sendo então investigada todas as nuances que envolvem essas duas hipóteses, como existência de mal relacionamento conjugal, a pessoa que comete esse crime , daí então se terá melhor embasamento para qualificar como feminicidio", disse a delegada.
A delegada da Delegacia da Mulher de Campina Grande, Maíra Araújo, relembrou que os feminicídios têm como precedentes a violência doméstica contra a mulher. "A mulher, desde a primeira agressão, deve procurar a Delegacia da Mulher para realizar exames necessários. Depois disso, é necessário solicitar a medida protetiva de urgência para tentar evitar futuras agressões, que podem chegar a um futuro feminicídio".
Ainda segundo a delegada, é importante que a mulher não aceite nenhum tipo de violência, seja ela física, moral, psicológica, patrimonial ou sexual, e caso aconteça, procure imediatamente a delegacia mais próxima.
FONTE:https://g1.globo.com