No dia 30 de abril, Silvana perdeu Marco, com quem foi casada por 20 anos, para a Covid-19, em Santa Rita, cidade da Grande João Pessoa. Logo após a morte do marido, Silvana publicou nas redes sociais um vídeo de alerta sobre a doença, lamentando o fato de não ter respeitado o isolamento social. Atualmente, com quase 2 mil mortes na Paraíba pelo novo coronavírus, a empresária conta que ainda há quem não acredite na doença.
Há cerca de um mês, Silvana reabriu a vidraçaria que tem em Santa Rita, Região Metropolitana de João Pessoa. A rotina atual dela é trabalhar por meio período e voltar pra casa.
Nem Silvana, nem o filho do casal, Jonas, de 10 anos, tiveram Covid-19. A comerciante conta que ainda há muita gente sem acreditar na doença.
“Alguns já chegaram até dizendo lá na loja que meu esposo não morreu de Covid, que morreu de outra doença. Eu vi de perto a falta de ar dele, todos os sintomas, como é que eu não vou acreditar que ele morreu de Covid?”, desabafa Silvana.
Durante o luto, Silvana e o filho ficaram em uma granja da família por um mês. Após retornar para a casa onde viviam com Marco, os dois decidiram se mudar.
"Na casa que a gente morou, meu filho não aguentou nem entrar. Tava passando mal, tava vendo o pai em todo o canto”, conta Silvana.
Quando Marco morreu, Silvana fechou a loja e chegou a gravar um vídeo, lamentando ter defendido o funcionamento do comércio e ter zombado do "fique em casa". Depois disso, ela relatou que chegou a enfrentar preconceito na cidade devido à doença. Após a reabertura do comércio, a comerciante diz que sofreu muito e que muitos clientes deixaram de frequentar seu estabelecimento.Marco era sargento reformado da Polícia Militar e apresentou sintomas de Covid-19 em 15 de abril. Ele morreu no dia 30 do mesmo mês. Ele tinha 57 anos, diabetes e doença cardiovascular. Para Silvana, a descrença com a doença é “um desrespeito com a dor das pessoas”.
FONTE:https://g1.globo.com