Um ano de Covid-19 na Paraíba: estado tem hospitais lotados e alta no número de mortes
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Publicado em 18/03/2021

Fila de espera para ocupar leitos de UTI caracteriza o marco de um ano de pandemia. Paraíba passou de 5 mil mortes registradas.

Nesta quinta-feira (18), a Paraíba completa um ano da data em que o primeiro caso da Covid-19 foi confirmado no estado. No período de um ano, outros 241.592 casos foram confirmados e mais de 5 mil mortes foram registradas. Após um ano, quem esperava estabilidade e redução da curva de contágio, se decepcionou: a Paraíba está com hospitais lotados, filas de espera para internação e um número de óbitos que já bate recorde. "Não nos iludamos com ampliação de leitos. São métodos paliativos de gestão", declarou o secretário de estado da saúde, Geraldo Medeiros.

 

Em 2020, o maior número de óbitos em um único dia foi registrado em 25 de maio e 4 de junho, quando 41 pessoas morreram após contaminação do novo coronavírus em cada um dos dias. Desde então, tem ocorrido uma oscilação nas estatísticas, com um queda brusca em outubro do ano passado, voltando a crescer em dezembro e atingindo um novo pico, com recorde de mortes, em 14 de março de 2021: 45 pessoas mortas por Covid-19 em um único dia.

Veja panorama da pandemia do novo coronavírus na Paraíba
Um anos após o primeiro caso
Casos confirmados: 240.398Recuperados: 172.218Casos descartados: 255.491Óbitos: 5.036
Casos confirmados
240.398
Fonte: SES-PB

Com o decorrer dos meses, os casos passaram a ser confirmados com mais agilidade devido aos testes disponibilizados no estado. No primeiro caso, o período entre a suspeita e a confirmação do caso positivo para o novo coronavírus (Covid-19) foi de 16 dias, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou ao G1. Aconteceu em um idoso de 60 anos.

Nesse momento da doença, a maioria das pessoas contaminadas pelo coronavírus havia deixado o país e contraído a doença após viagem ao exterior. O primeiro paciente voltou da Europa para o Brasil no dia 29 de fevereiro. No dia 2 de março ele procurou um médico e fez a coleta do material para testes em um laboratório privado de João Pessoa. Durante os dias em que aguardou o resultado, o paciente ficou em isolamento domiciliar.

Os primeiros casos já assustavam em março de 2020. A situação ainda era incerta e as notificações eram tidas como casos suspeitos. Mas se compararmos os registros com março de 2021, os dados assustam ainda mais. Há exato um ano, a Paraíba tinha apenas um caso confirmado da Covid-19, 80 casos suspeitos e 16 casos descartados após investigação e testes. No último boletim divulgado nesta quarta-feira (17), mais de mil casos foram confirmados em um único dia.

Se no começo os idosos eram o grupo de risco mais vulnerável, um ano depois a frequência de casos confirmados já é maior em pessoas entre 20 e 49 anos, a maioria em mulheres.As pessoas cansaram da pandemia, mas o vírus não cansou de ninguém. Mesmo com isolamento social e toque de recolher, as aglomerações continuam a ser registradas e ainda encontramos pessoas sem máscaras em locais públicos.

"Enveredamos por discussões inúteis e acirradas em redes sociais, abandonamos a ciência, idolatramos drogas inefetivas, condenamos o isolamento social em momentos cruciais, que precisávamos utilizá-lo, desprezamos as máscaras, realizamos eleições atemporais, insistimos em minimizar o novo coronavírus, falhamos na aquisição precoce das vacinas, investimos parcos recursos na Atenção Primária à Saúde e na nossa malha hospitalar ao longo dos anos associados à má aplicação e manutenção", avalia Geraldo Medeiros.

 

Lotação nos hospitais e internação

 

Até a última quarta-feira (17), a Paraíba tinha 772 pessoas internadas em hospitais de referência do Estado tratando a Covid-19. Em todas as regiões, a ocupação já era superior a 80% em leitos de UTI adulto, sendo de 95% na 1ª Macrorregião. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) não descarta o colapso no serviço de saúde.

Também na quarta-feira, 58 pessoas aguardavam na fila por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo 51 pessoas na região de João Pessoa e sete no Sertão da Paraíba. Outras 11 pessoas esperavam por um simples leito de enfermaria.

Ocupação dos leitos na Paraíba (%)
Percentual leva em consideração ocupação até esta quarta-feira (17)
Perrcentual de leitos ocupados (%)9090959582828888Paraíba1ª Macrorregião2ª Macrorregião3ª Macrorregião

 

  • 1ª Macrorregião: Alhandra, Bayeux, Caaporã, Cabedelo, Conde, Cruz do Espírito Santo, João Pessoa, Lucena, Mari, Pitimbu, Riachão do Poço, Santa Rita, Sobrado, Alagoinha, Araçagi, Araruna, Bananeiras, Belém, Borborema, Cacimba de Dentro, Caiçara, Casserengue, Cuitegi, Dona Inês, Duas Estradas, Guarabira, Lagoa de Dentro, Logradouro, Mulungu, Pilões, Pilõezinhos, Pirpirituba, Riachão, Serra da Raiz, Serraria, Sertãozinho, Solânea, Tacima, Caldas Brandão, Gurinhém, Ingá, Itabaiana, Itatuba, Juarez Távora, Juripiranga, Mogeiro, Pedras de Fogo, Pilar, Riachão do Bacamarte, Salgado de São Félix, São José dos Ramos, São Miguel de Taipu, Baía da Traição, Capim, Cuité de Mamanguape, Curral de Cima, Itapororoca, Jacaraú, Mamanguape, Marcação, Mataraca, Pedro Régis e Rio Tinto.
  • 2ª Macrorregião: Alagoa Grande, Alagoa Nova, Algodão de Jandaíra, Arara, Areia, Areial, Esperança, Lagoa Seca, Matinhas, Montadas, Remígio, São Sebastião de Lagoa de Roça, Baraúna, Barra de Santa Rosa, Cubati, Cuité, Damião, Frei Martinho, Nova Floresta, Nova Palmeira, Pedra Lavrada, Picuí, São Vicente do Seridó, Sapé, Sossêgo, Amparo, Camalaú, Caraúbas, Congo, Coxixola, Gurjão, Monteiro, Ouro Velho, Parari, Prata, São João do Cariri, São João do Tigre, São José dos Cordeiros, São Sebastião do Umbuzeiro, Serra Branca, Sumé, Zabelê, Alcantil, Aroeiras, Barra de Santana, Barra de São Miguel, Boqueirão, Cabaceiras, Caturité, Gado Bravo, Natuba, Queimadas, Riacho de Santo Antônio, Santa Cecília, São Domingos do Cariri, Umbuzeiro, Assunção, Boa Vista, Campina Grande, Fagundes, Juazeirinho, Livramento, Massaranduba, Olivedos, Pocinhos, Puxinanã, Santo André, Serra Redonda, Soledade, Taperoá e Tenório.
  • 3ª Macrorregião: Areia de Baraúnas, Cacimba de Areia, Cacimbas, Catingueira, Condado, Desterro, Emas, Junco do Seridó, Mãe d'Água, Malta, Maturéia, Passagem, Patos, Quixaba, Salgadinho, Santa Luzia, Santa Terezinha, São José de Espinharas, São José do Bonfim, São José do Sabugi, São Mamede, Teixeira, Várzea, Vista Serrana, Aguiar, Boa Ventura, Conceição, Coremas, Curral Velho, Diamante, Ibiara, Igaracy, Itaporanga, Nova Olinda, Olho d'Água, Pedra Branca, Piancó, Santa Inês, Santana de Mangueira, Santana dos Garrotes, São José de Caiana, Serra Grande, Belém do Brejo do Cruz, Bom Sucesso, Brejo do Cruz, Brejo dos Santos, Catolé do Rocha, Jericó, Mato Grosso, Riacho dos Cavalos, São Bento, São José do Brejo do Cruz, Bernardino Batista, Bom Jesus, Bonito de Santa Fé, Cachoeira dos Índios, Cajazeiras, Carrapateira, Joca Claudino, Monte Horebe, Poço Dantas, Poço de José de Moura, Santa Helena, São João do Rio do Peixe, São José de Piranhas, Triunfo, Uiraúna, Aparecida, Lastro, Marizópolis, Nazarezinho, Santa Cruz, São Francisco, São José da Lagoa Tapada, Sousa, Vieirópolis, Água Branca, Imaculada, Juru, Manaíra, Princesa Isabel, São José de Princesa, Tavares, Cajazeirinhas, Lagoa, Paulista, Pombal, São Bentinho e São Domingos.Para o secretário de saúde Geraldo Medeiros, ainda não é possível dizer que o sistema de saúde da Paraíba entrou em colapso. Segundo ele, a afirmação só seria correta se os pacientes estivessem aguardando em casa ou dentro de uma ambulância, sem leitos de decisão ou locais de espera em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). No entanto, o secretário deixa claro que, apesar da situação não ser uma realidade na Paraíba, é algo que ainda pode acontecer.

     

    Vacinação segue ritmo lento

     

    Os primeiros lotes da vacina contra a Covid-19 chegaram à Paraíba no dia 18 de janeiro e a vacinação começou no dia seguinte para grupos prioritários. Na capital João Pessoa, já foram vacinados idosos institucionalizados a partir de 60 anos, pessoas com deficiência institucionalizadas, indígenas aldeados, trabalhadores de saúde da linha de frente e idosos acima de 70 anos. Apenas 6,9% da população paraibana foi vacinada, com 281.623 doses aplicadas, segundo a SES.

    Nesta terça-feira (16), a vacinação foi interrompida por falta de doses, mas foi retomada no dia seguinte.

    A Paraíba já recebeu, segundo o Ministério da Saúde, 397.680 doses de vacinas contra a Covid-19 e distribui 368.898.

    "Aos familiares daqueles que se foram e pereceram precocemente, a certeza de muitas mortes evitáveis e a tristeza, além da saudade e o choro copioso dos que ficam. Um ano que se foi e nunca esqueceremos", finalizou o secretário de estado da saúde.

    FONTE:https://g1.globo.com

 
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