Em 2018 passou em 3° lugar no Programa Gira Mundo, um projeto de intercâmbio do governo da Paraíba. Passou dois anos estudando no Canadá e em 2020 voltou para o Brasil, passando a estudar no sistema remoto por conta da pandemia.
O processo não foi fácil - muitas vezes ela não tinha internet e sua mãe estava desempregada, o que a deixou um pouco ansiosa. Começou a dar aulas de reforço de inglês para comprar suas coisas, mas logo a situação apertou em casa e Glenda teve que começar a ajudar nas contas.“Eu tinha muita insegurança na redação e meus professores da escola e do cursinho me ajudaram muito, até conseguir tirar 920 na redação. Estudava 3 horas no modo remoto na escola pela manhã e 2 horas à noite”, conta a estudante.
Mas para Glenda, a quantidade de horas de estudo não significa qualidade e cada pessoa tem seu ritmo de aprendizagem. O melhor método para ela foi estudar provas do Enem antigas e fazer simulados gratuitos na internet.
Ela sabia que tinha capacidade de passar, mas achou que iria ficar na lista de espera. Entrar na faculdade de primeira foi uma surpresa e a estudante conta que aguarda animada o começo das aulas.
“O processo de vestibulando não é fácil, precisamos de muito apoio da família (...) Estude, estude, tenha foco, estabeleça suas metas e nunca desista do seu objetivo e direitos que lhe assiste".
Ela entrou pelas cotas - por meio das vagas reservadas para alunos de escola pública com deficiência que se autodeclara pardo, preto ou indígena - e defende que o sistema possibilitou que a capacidade do aluno seja a única coisa definitiva para o ingresso na universidade pública ou privada.
“O sistema de cotas é o sistema que acaba com toda a diferença e equipara o candidato da rede pública de ensino aos demais de igual modo 'privilegiados'".
Conforme a Lei nº 12.711, as instituições federais de educação superior vinculadas ao Ministério da Educação devem reservar no mínimo 50% de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas, em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação.
FONTE:https://g1.globo.com