O caso aconteceu à tarde, quando um sargento da reserva da Polícia Militar, de 59 anos, estava bebendo com outros amigos, em um bar do mercado. Segundo a PM, a carreata de uma campanha política que não foi identificada por testemunhas passou pelo local. Um policial civil, que também bebia no local, se aproximou da mesa do PM e os dois começaram a discutir sobre política, conforme relatado pelas testemunhas à Polícia Militar.“A informação que nos chegou foi a de que um PM da guarda militar da reserva aqui do 5º Batalhão da Polícia Militar e um policial civil haviam trocado tiros nas proximidades do Mercado Público do bairro do Valentina, após a passagem de uma carreata política. A partir disso, mantive contato com o oficial de serviço para que ele acompanhasse a ocorrência, e determinei que escrevesse um documento narrando todo o fato para que a gente tomasse as providências cabíveis”, disse o tenente-coronel Benevides, comandante do 5º BPM.
Ainda segundo a Polícia Militar, testemunhas contaram que após o bate-boca, o PM se afastou da mesa e, ao chegar no carro dele, o agente da polícia civil se aproximou e começou a atirar com uma pistola. Ainda de acordo com a polícia, o PM reagiu atirando com um revólver calibre 38 e houve uma troca de tiros com mais de 20 disparos.
O tiroteio acabou quando ambas as pessoas se feriram. O PM foi resgatado por amigos e levado para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, sendo transferido para o Ortotrauma de Mangabeira, em seguida. O policial civil foi visto mancando de uma perna durante o tiroteio, mas até as 11h50 não havia dado entrada em nenhum hospital da cidade e nem se apresentado à Polícia Civil. Ambos os policiais estavam de folga no momento da discussão, segundo a PM.Segundo informou o Ortotrauma de Mangabeira às 11h20, o policial militar teve uma fratura grave nos ossos da mão, com perda óssea significativa do quinto metacarpo. Ele passou por procedimentos de urgência, com retirada de parte do projétil que ficou alojado na mão, e está sob medicamentos para evitar infecção. Ele continua internado na unidade hospitalar aguardando condições de pele para realizar uma nova cirurgia.
O administrador do Mercado Público de Valentina, Wellington da Silva, que é sargento da reserva da PM, disse que conhece os dois envolvidos no caso, e que ambos se conhecem e já tinham uma rixa antiga.“Eu tenho um convívio quase que diário com os dois aqui no mercado. Na realidade, os dois já tinham uma rixa antiga e ontem, após uma discussão sobre política - e eu acredito que nenhum dos candidatos tenha a ver com isso, foi uma coisa pessoal dele - entraram em vias de fato”, disse Wellington.
O que diz a Polícia Militar
Conforme o comandante do 5º BPM, a conduta do policial da reserva está sendo apurada, e as informações vão ser repassadas para a Polícia Civil.
“A narrativa é que houve uma discussão política, uma intolerância política que nem deveria existir, até porque as pessoas têm que respeitar as ideias uns dos outros. Não é mais admissível se chegar a vias de fato por conta de entendimentos diferenciados de política. Infelizmente aconteceu, nós lamentamos o fato, vamos apurar e passar as informações para que a Polícia Civil também apure a conduta do policial civil envolvido, para que fatos desta natureza não voltem a ocorrer”, disse o comandante.
O que diz a Polícia Civil
Em nota enviada à imprensa às 10h30, a Polícia Civil informou que “está apurando o caso envolvendo um policial civil e um policial militar, numa suposta troca de tiros neste domingo, 25 de setembro, em João Pessoa. Os procedimentos estão sendo realizados normalmente, com a oitiva dos envolvidos, e ao término das apurações, serão adotadas as devidas medidas cabíveis ao caso.”
FONTE:https://g1.globo.com