"Infelizmente, a oferta de alimento é muito baixa e eventualmente ele vai investigar o que tem para comer. Não é porque ele gosta da gente. A carne da gente nem presta para ele. Ele nem curte, mas acaba mordendo. Sente o gosto e, eventualmente, até acaba jogando fora, regurgitando quando vê que não é do hábito alimentar dele. Aí, já fez estrago grande", declarou.Já na Paraíba, conforme Jocelmo Leite, estes fatores não são encontrados.
“O ecossistema paraibano é bastante equilibrado, diminuindo mais ainda a atração de tubarões para essa região”, explica. A aproximação dos tubarões da região costeira acontece principalmente em fêmeas que buscam um lugar seguro para dar à luz. Por esse motivo, elas evitam praias com grandes aglomerações de banhistas. “Além disso, é um comportamento natural da espécie a interrupção da alimentação durante o parto para evitar a alimentação do filhote da mesma espécie”, detalha o professor.“A principal espécie encontrada na Paraíba é a Ginglymostoma cirratum, conhecida popularmente por tubarão lixa. Ele é encontrado principalmente na região costeira de João Pessoa, habitando tanto recifes naturais como artificiais (naufrágios)”, explica o professor.
Segundo ele, trata-se de uma espécie de hábito noturno, por isso não é comumente vista por pescadores ou banhistas. Alguns estudos na literatura científica também apontam relatos de pescadores artesanais que teriam visto a presença de tubarões-martelo, tubarão-branco e tubarão-baleia. “No entanto, essas últimas espécies são raríssimas no litoral paraibano”, ressalta Jocelmo Cássio.