Oposição avisa que se Lula for nomeado ministro vai acionar a Justiça.
15/03/2016 13:35 em Política

Ex-presidente chega a Brasília na quarta-feira e corteja a Casa Civil.

Caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja nomeado ministro do governo Dilma Rousseff a oposição vai acionar a Justiça contra a manobra. O assunto será alvo de reuniões nesta terça-feira, 15, das lideranças de partidos de oposição na Câmara dos Deputados, como PPS, PSDB, DEM, PSB e Solidariedade.

O ex-presidente chega a Brasília nesta quarta-feira, 16 – dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai se posicionar sobre os embargos da Câmara dos Deputados sobre o rito do impeachment. Ele corteja a Casa Civil para se livrar das investigações da Lava Jato. Cogita-se que ele venha ser um superministro, com amplos poderes no governo – para livrar, ao mesmo tempo, a ele, a Dilma e o PT da situação vexatória em que se encontram.

Foro privilegiado

Segundo o líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), a posse de Lula como ministro tem como único objetivo atrapalhar o andamento da investigação contra ele que está a cargo do juiz Sérgio Moro na 13ª Vara Federal, em Curitiba.

“Já estamos com várias iniciativas nesse sentido em andamento e só resta definir se será uma ação conjunta ou diversas ações questionando a nomeação”, explicou Bueno.

Ele frisou que como ministro, o caso do petista, em tese, “subiria” para o Supremo Tribunal Federal (STF). “É uma clara tentativa de obstrução da Justiça, além da nomeação caracterizar desvio de finalidade, já que seu único objetivo é garantir ao petista foro privilegiado”, criticou o líder do PPS, destacando que a manobra pode ser vista como uma confissão de culpa de Lula.

Rainha da Inglaterra

“Vai transparecer que, ao contrário do que ele galhofa em seus discursos e depoimentos, não tem como se explicar e está com medo de ser preso por determinação do juiz Sérgio Moro."

A nomeação de Lula, segundo o líder do PPS, vai transformar a presidente Dilma numa espécie de rainha da Inglaterra. “Na prática trata-se de uma renúncia branca. Dilma vai entregar seu mandato para um companheiro que está enrolado até o pescoço com a Justiça. Creio que se trata de uma manobra muito arriscada que, ao contrário do que os petistas pensam, terá um forte repúdio popular e pode acelerar ainda mais o processo de impeachment”, afirmou o líder do PPS. 

Reuniões no STF

O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM) anunciou que nesta terça-feira os líderes da oposição também vão se reunir com diversos ministros do STF para tratar do julgamento da Corte, que ocorre amanhã, sobre os recursos com relação ao rito do impeachment.

A partir das 13 horas, os parlamentares se reúnem, na sequência, com as ministras Carmen Lúcia e Rosa Weber. No fim do dia, a partir das 18 horas, eles têm audiências marcadas com os ministros Marco Aurélio Mello, Luís Roberto Barroso e Celso de Mello.

(Por Gil Maranhão, para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)

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