Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) recebeu, na campanha de 2014, a doação de R$ 4.400,00 da Odebrecht
Levantamento feito pelo Paraíba Já junto ao Sistema de Prestação de Contas Eleitorais do TSE revela que o atual senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) recebeu, na campanha de 2014, a doação de R$ 4.400,00 da Odebrecht, construtora investigada pela operação Lava Jato suspeita de repassar recursos para 200 políticos de 18 partidos, via caixa 2.
Nesta quarta-feira (23), foram divulgadas planilhas apreendidas pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Lava Jato. Em um trecho delas, aparecem as iniciais CCL-PB – sugerindo o nome Cássio Cunha Lima -, como “parceiro histórico” da Odebrecht. O documento deixa transparecer que o senador paraibano teria recebido a quantia de R$ 500 mil da construtora. Em outro trecho das planilhas, o nome do senador paraibano é citado, sugerindo um repasse de R$ 250 mil ao “poeta”.
Pelos dados colhidos junto ao Sistema de Prestação de Contas Eleitorais, em 2014, quando disputou o mandato de governador da Paraíba, Cássio foi contemplado com quatro doações oficiais – contabilizadas pela Justiça Eleitoral – originárias da Odebrecht. Duas ocorreram no dia 1º de outubro – nos valores de R$ 700,00 e R$ 1.500,00 – e duas no dia 4 do mesmo mês – também nos valores de R$ 700,00 e R$ 1.500,00.
As quatro doações à campanha de Cássio, que juntas somam a quantia de R$ 4.400,00, foram feitas pela Odebrecht, através do então candidato a deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB), que no dia 30 de setembro de 2014, recebeu da construtora a doação, em espécie, de R$ 50 mil.
O Paraíba Já consultou também a lista de doadores da campanha de Cássio para o Senado Federal, em 2010. Na relação não consta nenhuma doação contabilizada pela Justiça Eleitoral feita pela Odebrecht.
Clique aqui e confira a lista de doadores da campanha de Cássio em 2010.
As planilhas divulgadas nesta quarta-feira que citam 200 políticos brasileiros estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido no mundo empresarial como “BJ”. Foram apreendidas na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada no último dia 22 de fevereiro.
Além de Cássio, também aparecem nas planilhas os nomes de mais três políticos paraibanos: o ex-senador Cícero Lucena (PSDB), o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB) e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP).
As planilhas são riquíssimas em detalhes – embora os nomes dos políticos e os valores relacionados não devam ser automaticamente considerados como prova de que houve dinheiro de caixa 2 da empreiteira para os citados. São indícios que serão esclarecidos no curso das investigações da Lava Jato.
Os documentos relacionam também nomes de políticos da oposição e do governo. São mencionados, por exemplo, Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.
Fonte: Paraíba Já