O governador Ricardo Coutinho (PSB) não tem salários de marajá, garante o secretário de Comunicação do Estado, Luís Torres. O gestor se viu em meio à polêmica depois de aparecer com salários de R$ 54,8 mil nos meses de abril, maio, junho e julho. As informações são do Sistema de Acompanhamento da Gestão dos Recursos da Sociedades (Sagres), do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O auxiliar do gestor explicou que o montante maior que o salário de R$ 23,5 mil foi potencializado nos quatro meses por causa de férias que não foram gozadas pelo socialista. Ele assegurou que os salários do gestor voltaram aos patamares de antes no mês de setembro e que, por isso, não há irregularidades.
“Esses valores a mais são férias indenizadas que o governador nunca tirou e nunca recebeu. São quatro férias não tiradas e até então não recebidas.
Férias 2011/2012 – 2012/2013 – 2013/2014 – 2014/2015”, ressaltou, por meio de nota, o secretário. Luís Torres assegurou que os salários pagos a partir de setembro voltaram a ser de R$ 23,5 mil brutos e R$ 16 mil líquidos. “Um dos menores salários entre os governadores do Brasil”, assegura. O auxiliar lembra que o aumento nos salários do governador aprovado pela Assembleia Legislativa, em 2014, para entrar em vigor no ano seguinte foi congelado pelo socialista. A remuneração passaria do patamar atual para R$ 29,6 mil.
Além dos próprios salários, o governador congelou também o dos secretários quando assumiu o cargo. “Representa quase a metade dos salários dos servidores de carreira de outros Poderes. Diferentemente, a oposição, quando governou a PB, parecia estar permanentemente de férias e recebendo. A oposição na Paraíba vai morrer frustrada procurando algo contra o governador”, acrescentou Luís Torres. A nota do governo, no entanto, não se refere aos salários pagos no mês de agosto.
Polêmica na Assembleia
O líder da oposição, Bruno Cunha Lima (PSDB), fez críticas ao governador por causa dos salários. Ele fala em dois pesos e duas medidas. Alega que o governador congelou os salários dos servidores através da Medida Provisória 242, mas não fez o mesmo com a própria remuneração. “Vejo (esta denúncia) como mais do mesmo . Tenho dito desde o início do mandato que este governo é o governo do faça o que eu digo, não faça o que eu faço. (Ricardo) ganha quase o dobro do teto do funcionalismo (R$ 33,7 mil) e penaliza os trabalhadores”, ressaltou. “(Este) é um governo que vive de retalhos, de arremedo”, acrescentou, cobrando mais transparência do governo do Estado.
O líder do governo na Assembleia Legislativa, Hervázio Bezerra (PSDB), no entanto, desdenha das críticas do coleta de parlamento. “O deputado Bruno (Cunha Lima) estava dando entrevista quando eu passei. Pensei que era para se justificar do tremendo erro que ele induziu vocês (repórteres) ao reproduzir uma matéria totalmente descabida, no caso do IPVA. Há tempo para reconhecer que errou de uma forma terrível, porque levou terrorismo para o Estado inteiro”, ressaltou Hervázio Bezerra, se referindo à polêmica multa de 100% em caso de dolo pelo não pagamento do tributo. “É mais uma tentativa do deputado Bruno de mudar o foco. Ali tem 13º, férias, terço de férias, como todo trabalhador tem direito”.
Fonte:http://caririligado.com