Juizado encerrou fase de instrução e descartou provas enviadas pelas autoridades brasileiras por demora.
A Justiça espanhola concluiu na quarta-feira (7) a fase de instrução do processo do acusado confesso da chacina de uma família brasileira em Pioz, o paraibano François Patrick Nogueira Gouveia. O Primeiro Juizado de Instrução de Guadalajara decidiu descartar as provas enviadas pelas autoridades brasileiras por conta da demora de mais de um ano para o envio do material e por não apresentarem novos resultados ou informações relevantes para o processo.
Patrick Nogueira Gouveia está preso na Espanha desde outubro de 2016, quando se entregou às autoridades espanholas e confessou ter matado os tios e dois primos, de 1 e 4 anos de idade, em um chalé na pequena cidade de Pioz em agosto de 2016. Desde então, o acusado e réu confesso segue aguardando pelo julgamento.
Walfran Campos, tio de Patrick e irmão de Marcos Campos, pai da família vítima da chacina de Pioz, explicou que a análise das provas colhidas no Brasil tinha sido um pedido feito por ele por meio do advogado que o representa na Espanha. O pedido foi feito por Walfran Campos em março de 2017 e atendido pela justiça espanhola no mês seguinte. As provas só chegaram à Espanha no final do ano passado, após Walfran Campos recorrer ao Ministério Público Federal (MPF) na Paraíba.
Mesmo com a conclusão da fase de instrução, na prática, o advogado de acusação pode solicitar novas provas, mas essa possibilidade foi descartada por Walfran. “Após essa decisão da Justiça da Espanha, nós não temos objetivo de pedir novas perícias ou análises de outras provas. Queremos dar andamento ao processo, vamos aguardar agora a data do julgamento”, explicou.
Parte do conteúdo do celular de Patrick Nogueira analisado pelas autoridades espanholas foi publicado na imprensa do país europeu. De acordo com Walfran Campos, que teve acesso ao conteúdo, o celular tinha registros de novas conversas entre Patrick e Marvin Henriques, jovem que responde na Paraíba como partícipe do homicídio de Marcos Nogueira por ter incentivado o crime pelo whatsapp.
Entenda o caso
Janaína Américo, Marcos Campos Nogueira e os filhos do casal, de 1 e 4 anos, foram encontrados mortos e esquartejados em um chalé na cidade espanhola de Pioz em 18 de setembro de 2016, cerca de um mês após o crime.
Patrick Gouveia, sobrinho de Marcos, se entregou à polícia da Espanha e confessou o crime em 19 de outubro. Ele segue preso até esta quarta-feira no complexo penitenciário de Estremera, na Espanha. As urnas com as cinzas da família chegaram em João Pessoa em 10 de janeiro, quatro meses depois, quando as vítimas foram enterradas. Mais de um ano depois do crime, a família das vítimas e do assassino confesso ainda sofre com o episódio.
Marvin em liberdade
A participação de Marvin Henriques Correia, amigo de Patrick, foi comprovada em conversas de whatsapp entre os dois, conforme levantamento feito pela Polícia Civil da Paraíba com base em provas colhidas pela Polícia Federal. O jovem acusado de dar dicas a Patrick do que fazer durante a chacina, foi preso em João Pessoa, se tornou réu como partícipe do homicído de Marcos Nogueira, mas está em liberdade desde que sua prisão preventiva foi revogada pela juíza Francilucy Rejane de Souza.
A liberdade de Marvin Henriques Correia é motivo de revolta e descrença por parte da família de Marcos. Segundo Walfran Campos, as provas e as investigações confirmam a participação de Marvin no crime, mas no entanto, o réu segue em liberdade. O irmão de Marcos reclama da morosidade da Justi