O G1 entrou em contato com o Ibade, empresa organizadora do concurso, e na tarde da segunda-feira (11) a atendente informou que qualquer posicionamento do órgão seria enviado por e-mail. Até as 11h desta terça-feira (12), nenhuma resposta foi recebida.
“Todo teste tem um prazo de 15 anos até se vencer e precisar ser reavaliado. O teste da Escala Fatorial de Neuroticismo (EFN) estava vencido desde 11 de abril deste ano e foi aplicado no psicotécnico do concurso no dia 25 de maio”, explicou o psicólogo Joalisson Almeida, que acompanhou cinco candidatos inaptos.
Segundo o profissional, existe uma norma do CFP sobre avaliações psicológicas para concursos públicos e processos seletivos públicos ou privados que diz que só devem ser utilizados testes válidos e que os profissionais responsáveis pela aplicação não podem utilizar instrumentos inválidos.
Uma das candidatas consideradas excluídas no certame, que preferiu não se identificar, contou que além da aplicação deste teste, também estranhou o alto número de candidatos considerados inaptos.
“Causa estranheza, porque normalmente é um número baixo de pessoas consideradas inaptas, enquanto que nesse concurso quase metade dos candidatos submetidos foram eliminados nessa etapa. Muita gente se sentiu prejudicada, porque estava numa colocação boa por causa da nota da prova objetiva e acabou saindo do concurso por ser avaliado em testes com irregularidades”, explicou.Segundo Joalisson Almeida, as avaliações psicológicas não têm objetivo de reprovar, e sim avaliar uma característica psicológica específica para o cargo pretendido.
“Com base nos resultados dos testes, que tive acesso, é estranho que a maior parte das pessoas inaptas tenham apresentado exatamente o mesmo déficit, no mesmo instrumento, que foi a atenção concentrada. Isso demostra que deve ter havido alguma falha na aplicação ou na correção”, diz.
Um grupo de pelo menos dez candidatos apresentou uma denúncia ao Ministério Público da Paraíba no dia 6 de junho. De acordo com o MPPB, o documento foi assinado e entregue no cartório da promotoria do patrimônio público de João Pessoa e encaminhada para o 3º promotor de Justiça.
FONTE:https://g1.globo.com