Apesar de não existir nenhuma orientação formal, a informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato do Hotéis, Bares e Restaurantes de Campina Grande, Divaildo Bartolomeu Júnior. Ele explicou que as mudanças na água também refletiram nos alimentos.
“Não existe uma orientação do sindicato. Mas a gente tem conhecimento que estão mudando, justamente pra não refletir nos alimentos servidos. No meu restaurante, por exemplo, de imediato percebi uma mudança no gosto do café. Na época, pensei que fosse a caixa d'água e mandei fazer uma limpeza. Depois descobri que o problema é realmente na água de Boqueirão”, disse ele.
Segundo o sindicato, apenas as franquias determinaram que as unidades usassem água mineral para a produção de refrigerantes de Fast Food, que são feitos na hora. “Por ter um padrão, as franquias tiveram essa orientação. Os demais estão mudando por conta própria e bom senso”, disse o presidente do Sindicato.
Com a mudança no uso da água, o presidente do Sindicato também comentou que a troca da água da torneira pela água mineral também aumenta o custo da produção. As alterações no sabor e cheiro da água foram confirmadas pela Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (Cagepa) que é responsável pelo tratamento e distribuição da água de Boqueirão para a população de Campina Grande e outros 18 municípios.
A Cagepa informou que, depois dos relatos dos consumidores, abriu um processo de investigação para identificar o motivo da alteração na água. Após análises feitas dentro da companhia em parceria com laboratórios da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), a Cagepa confirmou alterações.
Segundo o coordenador da Cagepa, Ronaldo Menezes, a maior alteração foi percebida na presença de geosmina, uma substância, que, segundo os técnicos, está sendo liberada pelas algas. Apesar disso, a Cagepa garante que as alterações não tornam a água imprópria para o consumo, nem causa prejuízos à saúde, podendo ser consumida.