Mais de 1,1 mil crianças e adolescente já foram ouvidos pela justiça em depoimentos especiais
O que acontece..
Publicado em 28/08/2018

Projeto atende vítimas ou testemunhas de crimes de violência física, psicológica ou sexual.

Mais de 1,1 mil crianças adolescentes da Paraíba que foram vítimas ou testemunhas de crimes de violência física, psicológica ou sexual já foram ouvidas em processos judiciais. Essas vítimas são atendidas através de escutas especiais. Segundo o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), esse tipo de serviço tem ajudado na investigação dos crimes.

Nesse caso os adolescentes são atendidos pelo Projeto ‘Justiça Pra te Ouvir’, ação itinerante do Tribunal de Justiça da Paraíba, que percorre 56 comarcas do Estado, realizando a coleta do chamado depoimento especial.

Desde a implantação do Projeto, em 2012, já aconteceram 675 oitivas, coordenadas por psicólogas habilitadas a realizar o trabalho. No entanto, o número chega a 1.138 escutas especializadas, quando somados os trabalhos realizados anteriormente, conforme apontou o juiz-coordenador da Infância e Juventude, Adhailton Lacet Correia Porto.

O depoimento especial passou a ser obrigatório a partir da Lei nº 13.431/2017, que entrou em vigor em abril de 2018, e regulamenta (nos artigos 7º a 12) a escuta especializada segundo os moldes do antigo ‘Depoimento Sem Dano’.

No entanto, no âmbito do Judiciário paraibano, a ação de entrevistas especializadas com crianças e adolescentes já vem sendo desenvolvida desde 2010, seguindo a Recomendação nº 33 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Somente nos últimos cinco anos, os dados registrados foram os seguintes: em 2013, 81 escutas foram realizadas; em 2014, 66; o número subiu para 87 em 2015 e 103, em 2016. No ano de 2017, 200 crianças e adolescentes foram ouvidos e, neste ano de 2018, até o momento, a equipe executou 138 entrevistas. Os dados foram fornecidos pela Coordenaria da Infância e Juventude do TJPB (Coinju).

O juiz Adhailton Lacet celebrou o número, superior a 1000, de entrevistas realizadas, avaliando como um resultado de êxito. E acredita que, futuramente, o Projeto poderá ser regionalizado na Paraíba.

O TJPB cita um exemples de 2017, quando ainda era titular na Comarca de Pocinhos, o juiz Luiz Gonzaga de Melo Filho também contou com a ação de escuta especializada em dois casos: um processo criminal que investigava abuso sexual de criança no meio familiar, e uma Ação de Divórcio em que se disputava a guarda do filho.

 

“Nesse caso, o problema é que havia uma suspeita de que a criança sofria agressão quando estava na companhia do pai”, explicou o magistrado. As duas crianças envolvidas eram menores de 10 anos. Os magistrados também destacaram a importância da forma humanizada como as escutas acontecem.

 

“Os profissionais são muito preparados e têm um jeito especial de extrair as informações da criança, sem gerar traumas, que é o mais importante. Cada criança tem seu jeito, umas são mais comunicativas, outras, mais acanhadas, mas a equipe sabe até onde pode ir”, disse ele.

Fonte:https://g1.globo.com

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