João Azevêdo promete implantar centros de monitoramento em João Pessoa, Campina Grande e Patos
O que acontece..
Publicado em 11/09/2018

Em entrevista no JPB 1ª Edição, o candidato disse que precisa investir em tecnologia e inteligência.

O candidato João Azevêdo (PSB), ao governo da Paraíba, prometeu, em entrevista ao JPB 1ª Edição nesta terça-feira (11), que iria implantar em Campina Grande, João Pessoa e Patos centros de monitoramento para evitar, por meio da tecnologia e inteligência, casos como a fuga dos detentos da Penitenciária de Segurança Máxima Romeu Gonçalves Abrantes, o PB1.

 

João Azevêdo participou da primeira entrevista pelo JPB 1ª Edição, afiliada da Rede Globo, com os candidatos ao governo estadual. As entrevista seguem até a quinta-feira (13) e, abaixo, há o cronograma.

Para atestar a sua promessa, o candidato explicou que existe a necessidade de aprimoramento da segurança pública. “Por isso que temos o nosso plano, porque segurança pública se faz com homens bem treinados, e se faz, acima de tudo, com inteligência. É necessário que se tenha investimento”, declarou.

João Azevêdo ainda defendeu que a Paraíba é o único estado do país que conseguiu reduzir a taxa de assassinatos nos últimos sete anos. “Existe um crescimento da violência no país como um todo. Aqui nós apreendemos 13 toneladas de drogas, que foram fabricadas em outro estado”, enfatizou.

Para o candidato, é preciso investir em uma política de segurança nacional, interligando os órgãos de inteligência dos estados. Ele trouxe outros dados e afirmou que os dez estados mais violentos do Brasil estão nas regiões Norte e Nordeste, destacando a Paraíba como exceção. Como ferramenta de aprimoramento da segurança pública, João Azevêdo prometeu chamar os outros 500 aprovados no concurso da Polícia Militar, além de treiná-los e “dotar o estado de condições de tecnologia e inteligência suficientes para combater o crime”.

 

Programação das entrevistas

 

 

  • Segunda-feira (10): Zé Maranhão (MDB)
  • Terça-feira (11): João Azevedo (PSB)
  • Quarta-feira (12): Lucélio Cartaxo (PV)
  • Quinta-feira (13): Tárcio Teixeira (PSOL)

 

 

Entrevista na íntegra

 

JPB1 - Candidato, nos últimos sete anos, o governo atual, que apoia o senhor, conseguiu diminuir em 20% o número de mortes violentas intencionais. O dado é do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O governo, frequentemente, usa o número para comemorar o combate à violência. Mas o mesmo Fórum lembra que outros crimes violentos estão aumentando. Exemplo: os latrocínios cresceram 96% de 2014 para 2017. O roubo de carro cresceu 102%, no mesmo período. São 14 carros roubados por dia no estado. Sem falar nos arrastões, invasões de casa, ataques de gangues, que explodem bancos e aterrorizam cidades. Ontem, houve a maior fuga de presos já registrada na história da Paraíba. E fugiram de um presídio de segurança máxima. O senhor acredita que realmente é possível dizer que a Paraíba está mais segura usando só os números de redução de homicídios como exemplo?João Azevedo - É importante entender que dizer que como qualquer política pública que existe, que está implementada, existe necessidade de aprimoramento, a segurança pública é uma delas. Nós temos investido maciçamente, o governo que eu represento, comandado pelo governador Ricardo coutinho, efetivamente implantou uma política que não existia na Paraíba antes de 2012 com relação a segurança pública. O policial não tinha as mínimas condições de prestar o serviço sequer a população, hoje tem. A política obteve resultados favoráveis, entretanto há necessidade de aprimoramento como qualquer política. Não se pode imaginar que tudo está resolvido evidentemente a partir daí. Por isso que temos o nosso plano, o aprimoramento, porque segurança pública se faz com homens bem treinados, e se faz, acima de tudo, com inteligência. É necessário que se tenha investimento. Nós vamos implantar centros de monitoramento aqui em João Pessoa, Campina Grande e Patos, inicialmente para que a gente possa através de tecnologia e inteligência, evitar casos que aconteceram como o de ontem. Não é normal, é um fato extraordinário e investir maciçamente para que não volte a correr no estado fatos como esse de ontem.

JPB1 - No caso de homicídio, houve uma ação específica do governo, um plano. Só que agente vê, que os número são muito grandes em outros crimes. Você pode descrever ações específicas que estão no seu plano de governo para combater esses outros crimes e trazer uma sensação de segurança?

João Azevedo - O governo vende o fato de que é real e que houve uma redução. É o único estado do país que conseguiu reduzir a taxa dos assassinatos em sete anos. A violência do país cresceu como um todo. Vocês estão tratando como se a Paraíba fosse uma ilha isolada. Existe um crescimento da violência no país com um todo. Aqui nós apreendemos 13 toneladas de drogas, que foram fabricadas em outro estado. Muitas das vezes vieram até de fora do Brasil. E quem cuida das fronteiras é o estado da Paraíba? Não, não é assim que funciona. Enquanto não tivermos uma política nacional de segurança, enquanto não tivermos os órgãos de inteligência dos estados todos interligados, enquanto não tivermos investimento maciço do governo federal no sistema, você vai ter a necessidade sempre disso. E é importante entender que os dez estados mais violentos, estão todos na região N Norte e Nordeste do país. E a Paraíba é a grande exceção disso. É fruto de uma política que deu certo. Dizer que tudo está resolvido, não. Nós precisamos aprimorar e vamos aprimorar exatamente com ações como essa. Segurança pública se faz com mais homens, vamos chamar os mais quinhentos aprovados no concurso da PM, treinar esse homens e vamos dotar o estado das condições de tecnologia e inteligência suficiente para combater o crime.JPB1 - Candidato, de acordo com dados do TCE, em todo ano passado e em três meses deste ano, o senhor recebeu em torno de R$ 8 mil como professor do IFPB, cedido ao estado. R$ 15 mil como engenheiro aposentado da Suplan e R$ 17 mil como secretário de estado. Também recebeu gratificações por participar dos conselhos fiscais da Companhia de Habitação, Cagepa e Porto de Cabedelo. Total de R$ 45 mil reais por mês. Apesar do valor estar acima do teto constitucional para servidores, que é de R$ 33 mil, não há ilegalidade, de acordo com últimas decisões do Supremo Tribunal Federal. A questão é: em abril deste ano, o salário de secretário do senhor foi cortado de R$ 17 mil para R$ 6 mil, adequando-se ao teto. Se não havia ilegalidade, por que o corte? E como o senhor dava conta de todas essas funções?

João Azevedo - A partir de abril eu deixei de ser secretário do estado e deixei de receber salário do estado.

JPB1 - A partir de maio o senhor deixou de receber do IFPB e como secretário. Mas em abril, de acordo com O TCE, o senhor recebia R$ 17 mil e baixou para R$ 6 mil, se adequando ao teto.

João Azevedo - No dia sete de abril, houve minha descompatibilização. O que houve foi o pagamento de dias referente a esse período. Eu deixei de receber o salário a partir desse momento. O que eu recebia não era gratificação de outros órgãos. Pela legislação, quem é secretário de infraestrutura, recebe um jeton por ser presidente do conselho de alguns órgãos. Não é gratificação. isso está devidamente esclarecido, e é legal. Eu tenho um salário porque trabalhei 35 anos como engenheiro prestando serviço à Paraíba. Eu tenho 35 anos de serviço para poder me aposentar. Tenho 47 anos de serviços públicos prestados. Tenho mais de 20 anos como ordenador de despesas e nunca tive uma conta rejeitada. Não recebi um único centavo ilegalmente.JPB1 - Candidato, na propaganda eleitoral, o senhor diz que o estado precisa deixar de ser comandado por famílias tradicionais, que há alguns anos são protagonistas na política paraibana. E isso seria um problema no seu ponto de vista. Mas o governador Ricardo Coutinho, principal cabo eleitoral do senhor, ganhou várias eleições com apoio dessas famílias. Alguns integrantes ainda ocupam cargos estratégicos, em troca de comandos nada republicanos. Foi o que aconteceu recentemente, e que está registrado no Diário Oficial do Estado, quando um secretário de primeiro escalão deixou o cargo para se candidatar, mas colocou a mulher dele no lugar, guardando uma vaga. Depois de desistir da candidatura, voltou para o mesmo lugar. O que parece um loteamento familiar de espaços. Não é contraditório usar esse discurso de nova política, reforçando velhas práticas?

João Azevedo - Eu nunca disse que sou contra política de famílias tradicionais. O que eu disse é que não sou candidato por ser irmão de Ricardo Coutinho. Como é o caso do candidato Lucélio Cartaxo. Ele é candidato porque é irmão de Luciano. Porque efetivamente foi uma decisão do grupo político dele de colocá-lo. Eu tenho uma história. Eu construí uma história de vida, eu construí minha vida profissional aqui nesse estado, profissionalmente, dentro do serviço público, e me preparei para tal. Não sou candidato por ser irmão de Ricardo Coutinho.

JPB1 - Candidato, os 18 mil professores recebem o salário base de R$ 1800 a R$ 2800 e mais uma bolsa desempenho que pode ser retirada a qualquer momento. O professor não tem um plano de cargo e carreira, perdem o salário quando se aposentam. O senhor vai fazer o que para melhorar isso?

João Azevedo - Claro, é importante entender que quando chegamos no Governo do Estado o professor ganhava R$ 900. Hoje ganha, além do piso, mais de R$ 3 mil. Isso fez com que a educação da Paraíba se transformasse, aprovasse cada vez mais jovens no Enem, fez com que a educação da Paraíba, com programas como giramundo e o 13º e 14º salário dos professores, qualificasse o ensino… Isso é o que fez a Paraíba mudar com relação à educação. Quando nós chegamos encontramos escolas em garagens, prédios sem banheiro. A educação avançou extremamente durante esse último governo que eu represento. Mas vamos continuar investindo. Se hoje tem centenas de jovens viajando, fazendo intercâmbio, coisa que só pertencia às classes mais altas da sociedade faziam, queremos que mais alunos e estudantes façam.JPB1 - A gente reconhece que a construção de 14 escolas técnicas, intercâmbio de alunos… Mas os dados do Ideb não são muito bons. De 2016 a 2017, o Ideb mostrou que aumentamos em 13 mil anafalbetos, ficamos longe de atingir a média de 4 pontos, de cada 10 paraibanos só 2 chegam a ter desempenho adequado em matemática e português. Como é que o senhor diz que o governo foi bom na educação se temos esses dados e o que fazer para melhorar?

João Azevedo - Fazendo o que estamos fazendo e ampliando, implantamos o projeto Soma para preparar o aluno que sai. Se a gente não entende o ensino como um todo, que vai da educação básica até a universidade, você não consegue melhorar o sistema como um todo. A grande questão está na base, por isso que o Governo do Estado tem convênio com 217 municípios para que os alunos cheguem ao ensino fundamental com o mínimo de conhecimento em português e matemática. Vamos investir na base para o aluno chegar melhor no ensino fundamental. O ensino médio do Brasil entrou na falência, é a estrutura de ensino, essa mexida não indicou melhorias. Esses índices tem uma falha do próprio dado porque não foram levadas em consideração as escolas de tempo integral e escolas técnicas. Não foi levado em consideração as escolas em tempo integral e escolas técnicas.

JPB1 - Vamos falar do seu plano de governo. O senhor repete proposta de Ricardo Coutinho que não foram cumpridas, como a criação do Hospital de Trauma do Sertão e o eixo leste da transposição. Como não acreditar que trata de promessa?

João Azevêdo - No meu plano de governo não tem essa proposta de Hospital de Trauma do Sertão, eu nunca disse isso. Se você me mostrar alguma entrevista que eu disse que eu iria construir, não existe uma entrevista minha sobre isso. Por desconhecimento, as pessoas lançam essas propostas. A questão é que nos hospitais de Patos, Cajazeiras e Sousa, já existem um serviço de traumatologia. Vamos aprimorar para que esse serviço fique mais qualificado. Até porque construir um Hospital do Sertão em Patos, vamos ter que levar um cara que se acidentou em Cajazeiras para Patos. E não é isso que vai ser feito. É dotar a rede do estado.JPB1 - Candidato, o inchaço da máquina pública é uma das coisas que mais tem revoltado a população. Regalias de toda ordem pagar com dinheiro público, enquanto salários estão congelados e investimentos são cortados. Um dos símbolos desse tipo de gasto questionável aqui na Paraíba é a residência oficial do governador, a Granja Santana. Quais medidas o senhor pretende tomar, e se compromete aqui diante do seu eleitor, para tornar a máquina pública mais enxuta e condizente com a realidade?

João Azevedo - Se o problema da gestão for a Granja Santana, você diz que os investimentos na Paraíba foram cortados, não é verdade. A Paraíba mantém investimento que mantém a menor taxa de desemprego do Nordeste. A máquina pública do estado está adequado para o tamanho do estado. O custeio do estado é quase o mesmo de quatro anos atrás, chegando em obras e ações. E o povo da Paraíba de 2018 não é o de 2010.

Considerações finais: Agradeço o espaço, é sempre importante mostrar quem é, propostas, e mostrar ao povo o que somos. Esse projeto e esse governo tem 87% de aprovação. Esse é um projeto vitorioso, porque pensa no povo coletivamente.

FONTE:https://g1.globo.com

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