Campina Grande decreta calamidade pública após seis dias de desabastecimento de água
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Publicado em 21/03/2019

Seis dias após desabastecimento da Cagepa, decreto assinado na tarde desta quinta (21) traz medidas emergenciais como a liberação da utilização da água de poços artesianos e cisternas pela população.

O prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, assinou um Decreto de Calamidade Pública após o desabastecimento de água na cidade causado por uma pane elétrica na Estação de Tratamento de Gravatá, no Agreste, na noite da sexta-feira (15). O Decreto, assinado no início da tarde desta quinta-feira (21), traz uma série de medidas emergenciais para o município, entre elas a liberação da utilização da água de poços artesianos e cisternas da cidade pela população.

 

A partir do Decreto, o município autoriza a compra de 10 mil botijões de água mineral para colocar em postos de saúde, escolas e Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) da cidade, para o consumo da população. Além disso, está permitida a utilização da água de poços que existem nesses locais.

Ainda no Decreto, a Prefeitura determina que proprietários de poços particulares devem disponibilizar a água para a população, devido à situação do município com o desabastecimento da Cagepa. Conforme a assessoria do município, a determinação acontece pelo princípio de que água é um bem universal.

Outra medida emergencial é a autorização da Prefeitura para a contratação de mais 30 carros-pipa para o abastecimento de água à população. Segundo Romero Rodrigues, o município já possui sete carros pipas e conseguiu mais dois do exército, que já estão atuando na cidade. Ao todo, 39 carros-pipas atuarão na cidade.

Os poços e caixas d'água do Parque do Povo, no Centro da cidade, também serão abertos à população. De acordo com assessoria da prefeitura, o município possui quatro poços de grande vazão, sendo dois no Parque do Povo, um no Parque da Liberdade e outro no Distrito dos Mecânicos.“A prefeitura está procurando dar uma contribuição a essa situação de calamidade do município, mas não puxa uma responsabilidade que é da Cagepa, órgão do Governo Estadual, que operacionalmente está à frente disso tudo. Mas em uma situação com essa, a prefeitura toma essa decisão porque o que está em jogo é o bem estar da população”, informou a assessoria.

Ainda conforme a assessoria, uma recomendação importante da prefeitura é que a água dos carros-pipas, em nenhuma hipótese, pode ser consumida pela população como água potável, porque eventualmente pode ser que suja casos de água contaminada durante a operação.

 

Governo anuncia carros-pipa para CG

 

Governo do Estado autorizou a contratação de mais 50 carros-pipa para atender o município de Campina Grande, até que o sistema de abastecimento de água consiga operar normalmente. As informações foram anunciadas pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), em coletiva de imprensa realizada na Gerência Regional da Borborema, em Campina Grande, na tarde da quarta-feira (20).

Conforme a Cagepa, os carros-pipa começam a visitar os bairros de Campina Grande nesta quinta-feira (21). Os municípios que ficaram de fora do abastecimento também podem cadastrar os pipeiros para pegar água na estação da Cagepa.

O objetivo é minimizar os impactos para a população, atendendo, principalmente, aos bairros periféricos, sobretudo aqueles que estão localizados em áreas mais distantes dos reservatórios e que estão com dificuldades para receber água nas torneiras.

 

Investigação na Estação de Gravatá

 

causa da pane ainda está sendo averiguada. A Polícia Civil está à frente das investigações e a Cagepa também apura o caso administrativamente, em uma sindicância.

“Não descartamos nenhuma possibilidade até então, inclusive de vandalismo. Em 50 anos de empresa, uma ocorrência nessas proporções nunca havia sido registrada antes. O prejuízo para a Cagepa foi enorme. Foram vários transformadores danificados, quadros de comando, entre outros equipamentos. Isso sem contar no prejuízo imensurável para a população, que se encontra com o abastecimento de água reduzido”, disse o presidente da Cagepa, acrescentando que a estimativa inicial é de um prejuízo de mais de R$ 4 milhões.

Plano de contingência da Cagepa

 

O abastecimento de água em Campina Grande começou a ser retomado na última terça-feira (19), quando a cidade foi dividida em duas áreas, conforme o plano de contingenciamento divulgado pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), na tarde da segunda-feira (18).

“Conseguimos restabelecer parcialmente o funcionamento da estação e, com isso, distribuir algo em torno de 35% da vazão normal. Como a produção é insuficiente, optamos por dividir a cidade em duas áreas”, explicou o presidente da Cagepa.

Ainda assim, moradores relatam problemas no abastecimento e a Cagepa informou que está monitorando as áreas, mas que os horários de início e término do abastecimento sofrem variações, por conta das condições topográficas e da rede hidráulica.

FONTE:https://g1.globo.com

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