Ex-prefeito da cidade Cacimba de Areia, no Sertão paraibano, Inácio Roberto de Lira Campos, conhecido como Betinho Campos, foi processado pela 38ª vez pelo Ministério Público Federal (MPF) na Paraíba dentro das investigações da Operação Dublê. O processo de número 38 contra o ex-gestor municipal e atualmente assessor parlamentar foi divulgado pelo MPF nesta sexta-feira (22).
A nova denúncia contra ele foi motivada por irregularidades na execução de obras de unidade e posto de saúde, além de maternidade, passagem molhada e casa de cultura. De acordo com o Ministério Público, as irregularidades ocorreram de janeiro a março de 2012 e envolveram R$ 583.002,20. Para o MPF, Betinho Campos se apropriou de rendas públicas em proveito próprio.
O G1 tentou entrar em contato com o ex-prefeito, mas ele não foi localizado pela reportagem.
Betinho Campos foi um dos alvos da Operação Dublê, da Polícia Federal e do MPF, deflagrada em 2012 para investigar um esquema de falsificação de notas fiscais para desvio de dinheiro público proveniente de recursos federais. Conforme as investigações, a quadrilha agiu entre 1º de janeiro de 2005 e 31 de dezembro de 2012 para cometer crimes licitatórios. Os criminosos desviaram mais de R$ 5 milhões em recursos públicos.
Das 38 ações ajuizadas pelo MPF em Patos, no Sertão da Paraíba, contra Betinho Campos na Operação Dublê, 15 foram penais, 20 de improbidade administrativa, duas cautelares penais e uma de sequestro de bens. Nesta última ação, o MPF pede a prisão do ex-prefeito, que responde aos processo em liberdade, a perda do cargo público, o pagamento de R$ 991,2 mil como forma de reparação aos cofres públicos e a inelegibilidade por cinco anos.
Ainda de acordo com a MPF, até esta sexta-feira, Betinho tinha sido condenado em três dos 38 processos. Betinho Campos chegou a ser alvo de um mandado de prisão à época da Operação Dublê.
Fraude descoberta na ‘Dublê’
O núcleo criminoso atuante em Cacimba de Areia foi orquestrado pelo então prefeito Betinho Campos, segundo o MPF. Ainda segundo as investigações, recursos públicos foram desviados por meio da acumulação de saldo de caixa e posterior realização de saques mediante pagamentos à tesouraria, cuja aparência de legalidade era conferida por meio de notas fiscais “frias” ou “clonadas”, assim como ocorreu no município de Catingueira.
FONTE:https://g1.globo.com