Sistema vai passar a usar uma complementação de oxidantes para conter o avanço dos microrganismos. Cagepa garante que não existe contaminação na água e que medida é preventiva
A proliferação das cianobactérias no açude Epitácio Pessoa, conhecido como Boqueirão, responsável pelo abastecimento de Campina Grande, vai fazer com que a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) adote nos próximos dias uma mudança no tratamento da água. Agora, o sistema vai passar a usar uma complementação de oxidantes para conter o avanço dos microrganismos e garantir o abastecimento sem possibilidade de contaminação.
A informação foi confirmada pelo gerente regional da Cagepa em Campina Grande, Ronaldo Meneses. Segundo ele, a nova estrutura para combater as cianobactérias já está montada na estação de tratamento Gravatá.
“É uma complementação no tratamento já existente do tipo oxidação, que utiliza o peróxido de hidrogênio para combater e reter os microrganismos que estão surgindo com mais densidade na água de Boqueirão”, afirmou Ronaldo Meneses.
Os testes no sistema são executados por especialistas dos cursos de Engenharia Sanitária e Ambiental e do laboratório de Ecologia Aquática da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Nos testes, o sistema com a oxidação vem se mostrando eficaz, conseguindo reter 100% das cianobactérias da água.
Ainda segundo Ronaldo Meneses, atualmente, os especialistas estão fazendo análises para definir a dosagem correta do produto oxidante que vai ser aplicado durante o tratamento da água.
“A água de Boqueirão não apresenta problema de contaminação atualmente e está dentro dos padrões de potabilidade. O que estamos fazendo é uma prevenção para o caso da densidade desses microrganismo aumentar e as cianotoxinas liberadas ficarem fora do controle estabelecido pelo Ministério da Saúde.
Água está garantida até janeiro
Ronaldo Meneses também informou que a água presente em Boqueirão é suficiente para garantir o abastecimento como ele ocorre atualmente até os meses de dezembro deste ano ou janeiro de 2017.
A situação mudaria, segundo o diretor, caso o manancial chegue aos 20 milhões de metros cúbicos (m³), que é o nível mínimo autorizado pela Agência Nacional das Águas (ANA), que gere o açude de Boquerião, para captação de água.
“Nós estamos com o racionamento desde 2014. Na última resolução publicada, a ANA estabeleceu que podemos captar água até o reservatório chegar aos 20 milhões de m³. Quando estivermos nessa situação, vamos depender de uma nova resolução da ANA, na qual ela deverá fazer novas análises da qualidade da água e estabelecer outro modelo de captação, reduzindo a quantidade de litros por segundo que retiramos do manancial”, concluiu Ronaldo.
Atualmente, segundo dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), o açude de Boqueirão conta com pouco mais de 30,7 milhões de m³, ou 7,5%, da capacidade total, que é de 411,6 milhões de m³.
Rádio Caruá Fm
Com Portal Correio