Família paraibana tenta trazer corpos das quatro vítimas para o Brasil.
Walfran Campos diz que Marcos estava feliz na última vez que se falaram.
"Se ele estava com algum problema financeiro ou recebendo alguma pressão de alguma pessoa, de briga ou algo assim, ele nunca nos informou”, disse nesta terça-feira (20) Walfran Campos, irmão do paraibano Marcos Nogueira, que foi encontrado esquartejado juntamente com a esposa e os dois filhos na Espanha. Campos explica que na última vez que falou com o irmão, pouco tempo antes de não ter mais notícias, ele estava feliz com as conquistas obtidas e que a família não sabe o motivo pelo qual as vítimas foram mortas.
Walfran, que é autônomo, conta que o irmão morava e trabalhava na Espanha há 15 anos e que após casar com a também paraibana Janaína Santos, levou a mulher para morar com ele. O casal tinha um filho de um ano e uma filha de quatro anos, que também foram encontrados mortos.
“A última vez que falei com meu irmão foi no dia 16 de agosto, ele estava empolgado porque tinha mudado de casa, ido morar numa casa boa, em um condomínio fechado, e estava contente porque sabia que eu ia visitá-lo, já estava de viagem marcada. A minha família também pensava em ir passar o Natal com eles”, explicou. Ele disse que há pouco tempo o irmão havia sido promovido e se tornado sub-gerente da churrascaria onde trabalhava.
Segundo o autônomo, a família de Marcos nunca desconfiou de que poderia acontecer algum crime contra as vítimas. “Ele nunca comentava nada com a família porque ele não queria que a gente se preocupasse, mas a gente nunca desconfiou que uma situação como essa, de matar quatro pessoas, sendo duas crianças, pudesse acontecer. Qual o erro que meu irmão cometeu para matarem também o meu sobrinho de um ano, a menina de quatro anos e a mulher dele? Para nós isso foi forte demais e estamos sem entender o que aconteceu”, disse Walfran.
O irmão da vítima também explica que o desejo da família é trazer os corpos para o Brasil e que eles devem ser enterrados em João Pessoa, onde moram os parentes das vítimas, mas que ainda não sabem quando haverá a liberação dos corpos.
Ainda segundo Campos, até as 11h desta terça-feira, a família ainda não havia recebido nenhuma informação do Itamaraty ou do consulado brasileiro em Madrid sobre como deve ser feito o translado das vítimas. “Como é uma coisa internacional, tem muita burocracia e isso demora bastante. Estou falando com meus amigos, tentando ver se alguém se movimenta para resolvermos isso”, disse.
Ao G1, na segunda-feira (19), o Itamaraty informou que está acompanhando o caso, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Madri, e mantendo contato com as autoridades locais. Porém, em respeito à privacidade dos cidadãos brasileiros no exterior e em cumprimento à determinação das autoridades locais de que as investigações tramitem em segredo de justiça, o Itamaraty informou que não está autorizado a divulgar mais informações sobre o caso.
Na segunda-feira (19), o cunhado de Janaína, Eduardo Bráulio, informou ao G1 que a família entrou em contato com o Consulado-Geral do Brasil em Madri depois de ver a notícia do encontro dos corpos e perceber que as idades eram as mesmas dos parentes. "Foi uma família que foi dizimada", lamentou o cunhado.
Walfran Campos também conta que ficou sabendo após ler em um jornal a notícia. “Ficamos sabendo através de um jornal. Meu cunhado comprou um jornalzinho pequeno e lá tinha uma notícia falando sobre este caso dos quatro brasileiros assassinados em Madrid. Ele me ligou, eu fui lá e quando olhei e vi que eram dois adultos e duas crianças e no mesmo endereço que meu irmão, eu associei. Fui em casa, olhei em um site espanhol e tinha a foto da casa do meu irmão, foi quando confirmei o caso”, completou Walfran.
Fonte:http://g1.globo.com/pb