Após três anos da transposição na PB, açude de Boqueirão pode sangrar com águas de chuvas em 2020
O que acontece..
Publicado em 18/04/2020

Volume de chuvas entre os meses de abril e maio pode fazer com o reservatório sangre, diz Aesa. Bombeamento de águas da Transposição do Rio São Francisco está suspenso.

No dia 18 de abril de 2017 as águas da transposição do Rio São Francisco se encontraram com o espelho d’água do açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, município do Cariri paraibano. Passados três anos, o bombeamento das águas do Velho Chico está suspenso e o manancial passa dos 60% do volume por causa das fortes chuvas que caíram na região do Cariri da Paraíba e podem fazer com que o reservatório sangre.

 

Mesmo sem datas definidas, se o índice de chuvas do estado continuar semelhante ao primeiro trimestre deste ano, entre os meses de maio e abril, existe a possibilidade de que o açude de Boqueirão sangre ainda em 2020, segundo o presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), Porfírio Loureiro. “Vai depender da intensidade das chuvas”, explicou.

O manancial sangrou pela última vez em 2011 e já registrou, pelo menos, 18 sangrias. Elas foram notificadas nos anos de 1967, 1968, 1973, 1974, 1975, 1976, 1978, 198, 1984, 1985, 1986, 1989, 1999, 2004, 2005, 2006, 2008, 2009 e 2011.Ainda segundo dados do órgão, o esquema de bombeamento no reservatório foi suspenso em fevereiro de 2019 e retomado em março deste ano. Mas precisou ser interrompido novamente desde o último dia 6 de abril, por causa de problemas causados pelas chuvas na estrutura do rio Moxotó, que banha os estados de Alagoas e Pernambuco. A previsão é que o serviço seja retomado no próximo dia 8 de maio.

Para o ministério do Desenvolvimento do Desenvolvimento Regional (MDR), ele foi suspenso no açude de boqueirão em fevereiro de 2019 e retomado após um ano, em fevereiro de 2019.

Quando bombeamento foi suspenso em fevereiro do ano passado, o reservatório tinha 20,18% (94.159.227m³) da capacidade total. Em nove de janeiro deste ano chegou a 14%, quando começou a ser reabastecido pelas chuvas do primeiro trimestre de 2020.

Do dia nove de janeiro até este sábado (18), o volume do manancial mais que quadruplicou e atingiu a marca de 63,43% (295.937.282m³) da capacidade. Os 49,43% a mais foram abastecidos por meio de chuvas.

 

Segundo trimestre de 2020 tem previsão de chuvas acima da média na PB, diz Aesa

 

A previsão do setor de meteorologia da Aesa para o primeiro trimestre deste ano foi de chuvas dentro da média histórica no semiárido paraibano, que contempla as regiões do Alto Sertão, Sertão e Cariri/Curimataú.

Conforme a meteorologista Marle Bandeira, a previsão é de que até julho a incidência de chuvas esteja dentro ou acima da média histórica nas regiões do Agreste e Litoral paraibanos.

Paraíba tem 14 açudes sangrando e 15 em situação crítica, diz Aesa

 

Pelo menos 14 açudes da Paraíba estão sangrando neste sábado (18), conforme dados divulgados no site da Aesa. Entre os açudes que estão com mais de 100% da capacidade estão Pocinhos e São José II, localizados no município de Monteiro.

Dos 134 açudes monitorados pela instituição, 80 estão com capacidade superior a 20% do volume total. Já 25 ainda estão em observação, com menos de 20% do volume e 15 estão em situação crítica, com menos de 5% do volume.

Entre os açudes em situação crítica estão os reservatórios Mamanguape e Minhã, localizados nos municípios de São Sebastião de Lagoa de Roça e Puxinanã, no Agreste do estado. Ambos estão secos.

 

Águas da transposição do São Francisco chegaram à Paraíba em março de 2017

 

Era noite do dia 8 de março de 2017, uma quarta-feira, quando, por volta das 18h20, as águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) ultrapassaram a divisa do vizinho estado de Pernambuco e chegavam à Paraíba, na cidade de Monteiro, localizada no Cariri do estado.

Dez dias depois, as águas do Velho Chico chegaram ao açude de Boqueirão, como o reservatório é popularmente conhecido. O manancial possuía apenas 2,9% da capacidade total. De acordo com a Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), o volume foi o pior registrado desde o fim da década de 1950.

O projeto, que contempla 35 cidades da Paraíba e de Pernambuco, representou a garantia da segurança hídrica para aproximadamente um milhão de pessoas que se beneficiaram dele, conforme dados técnicos do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).

Na Paraíba, o Epitácio Pessoa, que é segundo maior do estado, é responsável pelo abastecimento de Campina Grande e outras 18 cidades paraibanas. Os 19 municípios enfrentavam um racionamento no abastecimento de água, que só foi suspenso na noite do dia 25 de agosto de 2017, quando o reservatório atingiu a marca de 8,2% do volume total.

Caminho do São Francisco na Paraíba

 

A água da transposição do Rio São Francisco chega à cidade de Monteiro, na Paraíba, através do eixo leste. Neste trecho, a água é captada na cidade de Petrolândia, no Sertão de Pernambuco e viaja por 208 quilômetros até chegar a cidade paraibana.

Depois de chegar a Monteiro, as águas da transposição vão para o Rio Paraíba e através dele segue pelos açudes de São José I e Poções, ainda na cidade de Monteiro; pelo açude de Camalaú; pelo açude de Boqueirão; pelo açude de Acauã, em Itatuba; pelo açude de Araçagi e depois segue para um perímetro irrigado no município de Sapé.

Conforme o MDR, o eixo Leste foi projetado para levar água para cerca de 4,5 milhões de pessoas em 168 municípios que sofrem com a seca prolongada em Pernambuco e na Paraíba.

Fonte: https://g1.globo.com

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