MP quer tombamento e restauração do Hospital Colônia em Bayeux, na PB.
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Publicado em 24/10/2016

Hospital foi construído em 1941 para cuidar de portadores de hanseníase.
Alguns prédios do complexo desabaram devido ao mal estado.

 

O Ministério Público da Paraíba quer que o Hospital Colônia Getúlio Vargas de Bayeux, na Grande João Pessoa, seja tombado pelo Patrimônio Histórico da Paraíba. O espaço, que no passado tratou doentes de hanseníase, atualmente está em ruínas. O Hospital Colônia foi fundado em 1941, quando a hanseníase ainda não era curável. Por isso, os locais de tratamento sempre ficavam isolados e funcionavam como uma espécie de "cidade".

É o que conta a diretora técnica do Hospital Colônia, Elisabeth Oliveira. No início o hospital tinha tudo, inclusive uma prefeitura. “Tinha uma prefeitura, existia um lugar de recreação, tipo um cassino, biblioteca, cinema. Foi criado um espaço para todos aqueles que aqui estivessem, tivessem seu sofrimento minimizado”, comentou.

Nelson Paulo dos Santos, interno do hospital, explica que foi levado para local após o pai dele apresentar a doença e os primeiros sintomas começarem a surgir. “Cheguei aqui em 85, tava com 31 anos. Agora estou com 61. São 30 anos vivendo aqui”, comentou. Boa parte dos prédios da instalação estão em condições ruins, o teto da capela, por exemplo, desabou após um forte chuva em 2015.

O Hospital Colônia pertence ao estado da Paraíba, por isso o pedido do Ministério Público para que o seja tombado e restaurado. A promotora responsável pelo pedido, Fabiana Lobo, explicou que o pedido está em fase de estudo no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep).

“Foi apresentado um primeiro estudo, que deve ser aprofundado com um novo estudo arqueológico, através de uma compensação com o Iphan, que está intervindo. O tombamento é o primeiro passo. O Ministério Público vai reivindicar do estado que haja o restauro e a conservação”, explicou Fabiana.

A diretora do Hospital Colônia explica que em São Paulo um hospital semelhante foi transformado em um museu. “Ele agrega universidades, na continuidade de cursos de dermatologia, de medicina. Isso aqui [o Hospital Colônia] precisa ser preservado”, concluiu Elisabeth Oliveira. Em nota, o Iphaep informou que fez uma vistoria no local e que aguarda os estudos dos outros órgãos para encaminhar o processo de tombamento para o Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural.

Fonte:http://g1.globo.com

 

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