Justiça determina bloqueio de bens de Ricardo Coutinho e de outros 8 denunciados na 'Calvário'
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Publicado em 17/06/2020

G1 teve acesso à íntegra da decisão em processo da Operação Calvário.

A Justiça da Paraíba determinou o bloqueio dos bens do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e de outras oito pessoas denunciadas pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) no âmbito da Operação Calvário. O processo corre em segredo de Justiça e decisão foi dada no dia 11 de junho, mas o G1 teve acesso ao documento publicado pelo Jornal da Paraíba nesta quarta-feira (17).

 

O advogado de Ricardo Coutinho, Eduardo Cavalcanti, informou às 15h30 que a defesa do ex-governador recorreu da decisão e pediu a liberação do valor bloqueado, uma vez que "se trata de bloqueio que recaiu sobre numerário que tem origem lícita e corresponde a verbas salariais do ex-governador". Eduardo diz ainda que não existem bens em nome de Ricardo Coutinho que correspondam ao montante bloqueado e que "a decisão menciona R$ 6 milhões e foram bloqueados em torno de 1% da quantia".

Além de Ricardo Coutinho, também tiveram os bens bloqueados o ex-senador Ney Suassuna, o filho dele, Fabrício Suassuna, os ex-secretários Waldson de Souza e Aracilba Rocha, o ex-procurador-geral da Paraíba Gilberto Carneiro; os ex-superintendentes do Hospital de Trauma de João Pessoa Edmon Gomes e Saulo Avelar; e o ex-diretor da Cruz Vermelha Brasileira no Rio Grande do Sul Sidney Schmid.

As nove pessoas são acusadas pelo MPPB de integrarem uma suposta organização criminosa que teria atuado na Paraíba durante os mandatos de Ricardo Coutinho, que desviava dinheiro da saúde por meio de contratos com Organizações Sociais.

Governador e ex-governador da Paraíba são alvos da 'Operação Calvário' — Foto: Arte/G1

Governador e ex-governador da Paraíba são alvos da 'Operação Calvário' — Foto: Arte/G1

A decisão mais recente é relativa à chegada da Cruz Vermelha Brasileira (CVB) para administrar o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, em 2011. O caso foi delatado pelo ex-dirigente da CVB, Daniel Gomes da Silva, que informou ter pago propinas regularmente para os suspeitos de envolvimento no esquema.

“No caso concreto, o grupo atuava de forma organizada e em colaboração. Passaram vários anos na gestão do governo do Estado da Paraíba, havendo fortes indícios de que os contratos indicados nos autos foram realizados de forma fraudulenta, beneficiando os indigitados em aporte financeiro milionário, consoante demonstrado na cautelar”, diz a denúncia.

Conforme a decisão, foram sequestrados cerca de R$ 6,5 milhões em bens de Ricardo Coutinho e de Waldson de Souza; R$ 2,5 milhões de Edmon Gomes Filho e de Saulo Avelar; R$ 1 milhão de Gilberto Carneiro e de Sidney Schmid e R$ 500 mil de Ney Suassuna, de Fabrício Suassuna e de Aracilba Rocha.

FONTE:https://g1.globo.com

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