O deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) pediu a união dos parlamentares na busca de soluções que evitem um colapso no abastecimento de água de Campina Grande e sugeriu que diante da omissão do Governo do Estado, a alternativa técnica mais viável e mais rápida seria a construção de uma adutora de engate rápido, desde o ponto do canal da transposição do rio São Francisco que já tem água, distante aproximadamente 100 km de Monteiro, até a adutora do Cariri, que abastece a região de Campina Grande. Ele fez o apelo durante discurso proferido nesta terça-feira (25), na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB).
“Não podemos continuar esperando, temos que buscar soluções urgentes para amenizar o drama dos paraibanos que já padecem com a falta d’água. Não podemos imaginar que uma população de um milhão de habitantes seja abastecida através de carros-pipa, uma vez que a nossa malha rodoviária não comportaria esse fluxo de veículos, nem tampouco temos um manancial para retirada da água”, destaca o deputado.
Tovar também alerta para a questão do saneamento nos municípios.
Segundo ele, faltou fazer saneamento, drenagem e tratamento de resíduos sólidos nos 54 municípios que estão localizados nas bacias de contribuição dos rios receptores. E todos os projetos executivos ficaram prontos ainda na gestão do governador Cássio Cunha Lima.
“Isso significa que além do atraso das obras da transposição, quando elas estiveram prontas, as águas serão despejadas nos esgotos dos municípios que margeiam o Rio Paraíba”, disse.
Outra preocupação do deputado é a questão do atraso das obras da transposição do rio São Francisco.
Tovar visitou no início deste mês o andamento das obras no trecho Sertânia/Monteiro e constatou que o açude de Boqueirão deve secar antes das águas da transposição chegarem ao manancial.
“Devido aos inúmeros atrasos para a finalização da obra, a chegada das águas em Monteiro está prevista apenas para abril de 2017, quando a previsão de colapso no açude de Boqueirão é em janeiro. Esse cronograma não é nada animador, principalmente, para Campina Grande e os municípios que dependem das águas do açude Epitácio Pessoa, mais conhecido como Boqueirão”, revela.
Colapso no abastecimento
Atualmente na Paraíba, dos 128 reservatórios monitorados pela Agência Executiva de gestão das Águas na Paraíba (Aesa), 26 estão vazios e mais 58 se encontram com menos de 5% de capacidade.
Ou seja, 65,6% dos reservatórios se encontram sem água ou com impedimento para abastecimento nos municípios.
Conforme a Aesa, 38 reservatórios estão com capacidade armazenada superior a 20% do seu volume total e 31 se encontram em observação, com registro menor que 20% do seu volume total.
“A situação hoje é preocupante, mas o cenário para um futuro próximo é ainda de mais assustador. Por isso, venho pedir que este apelo não seja apenas meu, mas que seja nosso. Do nosso Parlamento, do nosso Estado. Conclamo todos a se unirem conosco nessa luta para que os paraibanos tenham água. Precisamos de ações emergenciais e estruturantes, pois as previsões de especialistas não são boas no que se refere a chuvas. Não aguentamos mais tanto sofrimento”, destaca.
Fonte:http://www.helenolima.com