Dois pacientes foram transferidos de João Pessoa para Campina Grande, por falta de leitos para tratamento da Covid-19, na noite de domingo (7). De acordo com a assessoria da Secretaria de Estado da Saúde (SES), as transferências de uma cidade para outra têm sido comuns devido à ocupação de leitos na capital.
Os pacientes estavam em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de João Pessoa e agora estão em atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital de Clínicas (HC), em Campina Grande.
Segundo a SES, quatro pacientes foram regulados na noite de domingo (7), mas até as 9h50, apenas dois deles já foram admitidos. A regulação significa que a vaga foi cedida, mas os pacientes ainda não chegaram até o hospital, em Campina Grande.
Em entrevista à TV Cabo Branco, na manhã desta segunda-feira (8), a médica socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Clarissa Rios relatou que ficou por pelo menos três horas dentro de uma ambulância, aguardando a liberação de um leito para internação de um paciente com Covid-19.
“A gente chegou em um momento que não queria. É um número muito grande de casos e o nosso sistema ainda em adaptação para conseguir dar conta. A gente não tem mais para onde levar os pacientes, pois precisamos de leitos e os leitos estão todos ocupados”, lamentou.
A médica explicou que, com a falta de vagas nos hospitais, a ambulância passa a ser o leito do paciente até que a equipe consiga um local para levá-lo.
“Ontem em uma das situações, permanecemos na ambulância durante três horas, montando uma UTI dentro da ambulância, para que a gente pudesse esperar um leito e esse paciente fosse deslocado”, disse.
Ainda segundo a médica, o serviço de regulamentação médica “está completamente lotado”.
“É uma angústia muito grande para nós porque não temos para onde levar os pacientes, nem o que dizer as pesos que estão precisando desse socorro”.
Ainda conforme a socorrista, se comparado ao “pico” da pandemia em 2020, os primeiros meses de 2021 estão muito piores. “A preparação do sistema de saúde ainda tem uma demora em relação à quantidade de casos que estamos tendo no momento”.
FONTE:https://g1.globo.com