Dados alarmantes
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas se suicidam por ano em todo o mundo. No Brasil são quase 12 mil casos por ano. Para a ABP e o CFM, falta uma política de atenção, com infraestrutura e recursos humanos suficientes, para ajudar quem sobre com stress, depressão e esquizofrenia, transtornos que podem levar ao desejo suicida.
O Brasil é o quarto país latino-americano com o maior crescimento no número de suicídios entre 2000 e 2012, segundo relatório divulgado na última semana pela OMS. Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na quantidade de mortes – alta de 17,8% entre mulheres e 8,2% entre os homens. Chama a atenção o fato de o número de mulheres que tiraram a própria vida ter crescido mais (17, 80%) do que o número de homens (8,20%) no período de 12 anos. A mortalidade de pessoas com idade entre 70 anos ou mais é maior, de acordo com a pesquisa.
O presidente da ABP, Antônio Geraldo da Silva, chama a atenção para a subnotificação dos casos, pois, segundo ele, grande parte das tentativas de suicídio não chega aos registros oficiais por não existir notificação compulsória. “Ainda faltam políticas públicas voltadas especialmente para o grupo, entre elas ambulatórios especializados e um serviço telefônico gratuito e nacional que funcione 24 horas. Além desses serviços, a OMS acrescenta medidas como reduzir acesso a armas de fogo, pesticidas e medicamentos, principais métodos usados na prática”, disse.
Em 2006, o Ministério da Saúde publicou uma portaria com as diretrizes do que seria uma estratégia nacional de prevenção ao suicídio. Entre as medidas estavam previstas campanhas para informar e sensibilizar a sociedade de que o suicídio é um problema de saúde pública que pode ser prevenido. Segundo as entidades médicas, no entanto, até agora a política não saiu do papel. Ao contrário disso, segundo último levantamento elaborado pelo CFM sobre leitos no Brasil, só em psiquiatria foram desativados quase 7.500 leitos em todo o país entre janeiro de 2010 e julho do ano passado.
Lutar contra esse tabu, salvará muitas vidas.
“Conheço alguém que está pensando em cometer suicídio”
Se você suspeita que alguém próximo à você pensa em cometer suicídio, tente se aproximar e:
• Pergunte se o pensamento existe e em que nível;
• Se já houve planejamento e como;
• Procure ouví-lo atentamente;
• Tente compreender os sentimentos dessa pessoa;
• Expressar respeito pelas opiniões e pelos valores dela;
• Converse abertamente;
• Demonstre sua preocupação, seu cuidado e sua afeição para com ela;
• Procure conversa com a família, amigos ou rede de apoio dessa pessoa;
• Caso a pessoa tenha acesso a métodos suicidas, como armas e remédios, remova-os imediatamente.
• Oriente e ajude a buscar ajuda na rede de saúde mental de sua comunidade e/ou outros equipamentos e órgãos; CAPS,Posto de saúde, Clínica-escolar, CVV, ONGs e etc.
Fonte: Cartilha Informativa "Suicídio: conhecer para prevenir"
MITOS E VERDADES
1. Quem pensa em cometer suicídio, realmente que se matar?
A maioria das pessoas que pensam em se matar, na verdade, têm sentimentos ambivalentes. Elas desejam por um fim a um sofrimento.
2. É verdade que as pessoas que querem se suicidar não avisam?
Não. Suicidas podem frequentemente dão ampla indicação de sua intenção.
3. Existem suicídios que não podem ser prevenidos?
Verdade, mas 90% podem ser prevenidos.
4. Uma vez suicida sempre suicida?
Pensamentos suicidas podem retornar, mas eles não são permanentes e em algumas pessoas eles podem nunca mais retornar.
5. Se eu falar sobre o suicídio com a pessoa que quer se matar, poderia está induzindo a isso?
Não. Falar sobre o suicídio e as idéias que está tendo, ajuda a pessoa a se sentir acolhida por alguém que se interessa por seu sofrimento. Vale ressaltar que buscar ajuda profissional é importante após esse momento.
6. A pessoa que ameaça suicídio deseja manipular os outros?
A ameaça de suicídio deve ser sempre lavada a sério. Isso indica que a pessoa está sofrendo e necessita de ajuda.
7. O suicídio é um ato de covardia ou de coragem?
Nenhum dos dois. Na verdade, o que dirige a ação de suicidar-se é uma dor psíquica insuportável.
FONTE:http://portal.cfm.org.br